O planejamento para a construção da ferrovia bioceânica, que vai ligar o Estado da Bahia, no Oceano Atlântico, ao Porto de Chancay, no Peru, na costa do Pacífico, passando antes pelo Acre, foi confirmado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante agenda em Rondônia, na última sexta-feira (8).
Segundo Tebet, o projeto vai atravessar estados do Nordeste, Centro-Oeste e Norte, incluindo Rondônia e Acre, criando a primeira rota ferroviária a interligar dois oceanos no continente.
“Vai ser a primeira rota de ferrovia a interligar dois oceanos, o Atlântico na Bahia, passando por Goiás, rasgando o estado de Mato Grosso, chegando em Vilhena, aqui em Rondônia, chegando em Porto Velho, indo para o Acre e chegando ao Peru, no Porto de Chancay, para fazer com que os nossos produtos cheguem mais rápidos à Ásia e tragam também produtos da Ásia para cá”, afirmou a ministra.
Tebet destacou ainda que, embora os Estados Unidos sejam parceiros importantes, a China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil. Para ela, a ferrovia será estratégica para ampliar o comércio com o mercado asiático, aumentando a competitividade do agronegócio e de outros setores produtivos.
Porto de Chancay e integração comercial
O Porto de Chancay, no Peru, é considerado o maior investimento chinês na América do Sul. Em março de 2024, a ministra visitou o local e discutiu rotas de integração com autoridades peruanas. De acordo com Tebet, a nova conexão pode reduzir em até 10 dias o tempo de transporte de cargas para a Ásia, diminuindo custos e agilizando exportações e importações.
“Exportações e importações vão ficar mais baratas, aumentando a competitividade dos nossos produtos e reduzindo os preços para a população. O Brasil tem muito a ganhar com a integração, e o Peru também. Essa é a base do projeto: mais emprego, mais renda, mais dignidade para todos”, completou.