Produtores rurais sofrem com a cheia do Rio Acre

A cheia do Rio Acre tem causado grandes prejuízos, não apenas nos bairros de Rio Branco, mas também na zona rural e em municípios do interior do Acre. A elevação das águas afeta diretamente os produtores rurais, especialmente aqueles que dependem da agricultura e da pesca para sua sobrevivência. Nesse cenário, a Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Agropecuária (Seagro), e a Defesa Civil Municipal têm atuado incansavelmente para mitigar os impactos dessa calamidade.

A situação preocupa, mas as ações estão sendo intensificadas. A Seagro tem viabilizado o transporte terrestre de produtos agrícolas que ainda podem ser aproveitados. Ao mesmo tempo, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), sob a liderança do Coronel Falcão, iniciou a mobilização de ajuda humanitária, garantindo o fornecimento de água potável e cestas básicas às famílias afetadas pelas inundações.

O secretário municipal de Agropecuária, Eracides Caetano, reforçou o empenho da equipe para minimizar os danos aos pequenos produtores. “Nossa prioridade é garantir que os pequenos produtores tenham o suporte necessário para enfrentar essa situação difícil. Estamos trabalhando de forma coordenada para viabilizar o escoamento da produção ainda viável e fornecer assistência básica às famílias”, afirmou.

Secretário municipal de Agropecuária, Eracides Caetano. Foto: Reprodução.

Além dessas ações imediatas, a prefeitura de Rio Branco estruturou um Plano de Ação Emergencial, que será implementado em duas fases. A primeira inclui a distribuição de itens essenciais, como alimentos e água potável. Na segunda fase, serão fornecidos materiais de limpeza para a higienização das residências e áreas produtivas, com o intuito de reduzir o risco de doenças infecciosas.

O prefeito Tião Bocalom (PL) reforçou o compromisso da gestão municipal com os atingidos. “Nossa gestão está empenhada em prestar toda a assistência necessária para que essas famílias consigam superar esse momento difícil. Estamos mobilizando esforços para que ninguém fique para trás, e, assim que as águas baixarem, trabalharemos na recuperação das áreas afetadas para que os produtores possam retomar suas atividades o quanto antes”, garantiu.

Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), Assuero Veronez. Foto: Reprodução.

Em conversas com o jornalista Ronan Matos, na manhã desta segunda-feira (17), o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), Assuero Veronez, comentou sobre os impactos da cheia e as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. Assuero, que em 2024 participou do documentário “Águas do Acre”, ressaltou que os ciclos de cheias e secas dos rios acreanos seguem uma sazonalidade histórica e não têm relação direta com as atividades agropecuárias.

“A ocupação das margens dos rios representa a vida das populações ribeirinhas e a instalação das sedes dos grandes seringais. As atividades agropecuárias pouco ou nada interferem”, explicou.

O presidente da Faeac também alertou sobre os impactos negativos decorrentes das aglomerações urbanas. “As cidades destroem os rios ao despejar esgoto sanitário sem tratamento e promover ocupações urbanas, o que causa o assoreamento dos cursos d’água”, afirmou. “Portanto, o debate está desfocado da realidade, e a politização do tema atinge o alvo errado”, concluiu Assuero.

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