A descarbonização global entra em 2025 com transformações significativas. No Brasil, a aprovação da Lei 15.042/2024 trouxe novos horizontes ao criar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, estabelecendo bases para maior segurança jurídica e atração de investimentos. Globalmente, avanços no Acordo de Paris, projetos jurisdicionais e compromissos em eventos como a COP30 em Belém consolidam o mercado de carbono como uma das principais ferramentas para o combate às mudanças climáticas.
Neste cenário, a Carbonext, empresa brasileira líder em soluções baseadas na natureza (Nature-based Solutions – NBS), apresenta as quatro principais tendências que moldarão o mercado de carbono em 2025. As tendências refletem o papel do Brasil como protagonista na agenda climática global.
1. Regulamentação, governança e maior demanda por especialização
A sanção da Lei 15.042/2024 estabeleceu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), marcando o início do mercado regulado de carbono no Brasil. O modelo cap and trade obriga empresas que emitirem mais de 25 mil toneladas de CO₂e (dióxido de carbono e gases equivalentes) por ano a reduzir suas emissões. Já aquelas com emissões acima de 10 mil toneladas deverão reportá-las em inventários obrigatórios, demandando maior governança do setor privado.
Esse marco regulatório deve atrair investimentos, mas também traz desafios. Empresas dos setores de energia, indústrias intensivas e resíduos lideram a lista de setores regulados, de acordo com o Observatório do Clima.
“Além de atrair capital para projetos sustentáveis, a regulamentação posiciona o Brasil como um mercado confiável, mas exige um esforço significativo das empresas para cumprir as normas”, explica Jeronimo Roveda, diretor de Relações Internacionais da Carbonext.
2. Acelerando a restauração e agricultura sustentável
Com 75% das emissões nacionais derivadas de mudanças no uso da terra e práticas agropecuárias, projetos de restauração de áreas degradadas (ARR) e de manejo agrícola sustentável (ALM) se destacam como soluções centrais no Brasil. Esses projetos não apenas sequestram carbono, mas também regeneram biomas críticos e melhoram a qualidade do solo.
“A escala das emissões no Brasil exige soluções integradas, e os projetos ARR e ALM são ferramentas indispensáveis para equilibrar preservação ambiental com viabilidade econômica”, reforça Roveda.
3. Co-benefícios e avanços no Acordo de Paris
Projetos de créditos de carbono não são apenas uma solução climática, mas também social. Um estudo na Nature Sustainability mostrou que iniciativas de Soluções Climáticas Naturais (SCNs) geram impactos positivos na biodiversidade e no bem-estar humano. Essas iniciativas incluem proteção florestal e restauração ecológica, beneficiando diretamente comunidades locais.
No cenário global, os avanços nos Artigos 6.2 e 6.4 do Acordo de Paris trazem novos horizontes para o mercado de carbono.
“A proteção florestal e a descarbonização são mais que questões puramente ambientais, são assuntos também socioeconômicos”, enfatiza Roveda.
4. Protagonismo do Brasil na COP30 em Belém
A COP30, em novembro de 2025 em Belém do Pará, deve destacar o Brasil como líder nas discussões climáticas globais. A realização do evento na Amazônia simboliza a importância das soluções baseadas na natureza e do financiamento climático.
“A COP30 será uma oportunidade para mostrarmos que o Brasil não é apenas um fornecedor de créditos de carbono, mas também um agente de transformação ambiental e social em escala global”, estima Jeronimo.
Um mercado em transformação
O mercado de carbono avança em 2025 como uma ferramenta crucial para a transição climática, unindo regulamentação, inovação e impacto social.
“A Carbonext continuará a liderar soluções baseadas na natureza, mostrando que a proteção ambiental não pode estar dissociada do progresso humano e econômico. O sucesso desse mercado depende de uma abordagem integrada e de uma governança que valorize tanto o meio ambiente quanto as comunidades que dele dependem”, finaliza Roveda.
Sobre a Carbonext
A Carbonext é uma empresa brasileira de soluções baseadas na natureza, que desenvolve projetos de créditos de carbono para conservar áreas de floresta nativa, apoiar a sustentabilidade no agronegócio e impulsionar a produtividade rural.