O senador Marcio Bittar (União-AC) comentou com preocupação as suspeitas de fraude envolvendo a empresa R7 Facilities, investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU). A empresa, que teria como proprietário um morador da periferia de Brasília, é suspeita de ser utilizada como empresa de fachada para vencer uma licitação de R$ 321 milhões no governo federal.
“Como é que uma pessoa da periferia aqui de Brasília, morando numa casa muito simples, alguém que há pouco tempo recebeu auxílio emergencial na conta de 500 reais, de repente tem uma empresa terceirizada e ganha uma concorrência no governo federal do PT de 321 milhões de reais?”, questionou o senador.
Bittar destacou a gravidade da situação, lembrando escândalos de corrupção que marcaram gestões petistas anteriores: “A CGU está investigando, e tomara que este não seja mais um caso de corrupção no governo federal do PT, que já patrocinou escândalos nos Correios, na Petrobras, no Mensalão. Mas parabéns à CGU, que está fazendo o seu trabalho e que leve essa investigação até o fim”, afirmou.
A Controladoria-Geral da União instaurou, em 23 de janeiro, um Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) contra a R7 Facilities, apontando possíveis violações à Lei Anticorrupção e à legislação de licitações. A investigação poderá resultar em multa de até 20% do faturamento bruto da empresa, além de restrições para futuras contratações com o poder público.
Suspeitas de fraude
A empresa R7 Facilities está registrada em nome de Gildenilson Braz Torres, um técnico em contabilidade que vivia na periferia do Distrito Federal. Em fevereiro de 2022, Gildenilson possuía apenas R$ 523 em suas contas e chegou a solicitar auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.
Apesar do perfil modesto do proprietário, a empresa já soma contratos no valor de R$ 696,8 milhões com o governo federal desde 2019, sendo a maior parte deles obtidos após 2023.
Segundo a CGU, as suspeitas recaem sobre possíveis declarações falsas, combinação de resultados em processos licitatórios e uso de interpostas pessoas, conhecidas como testas-de-ferro ou laranjas, no quadro societário da empresa.
Defesa do Ministério
O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) informou que o pregão está em fase de análise de recursos administrativos. A pasta afirmou que não há condenações contra a empresa no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), o que não inviabilizaria a participação no processo licitatório.