Queimadas expõe falhas na gestão do Fundo Amazônia: recursos são liberados de forma tardia e insuficiente

Em meio à crise de queimadas que assola a Amazônia, com mais de 104 mil focos de incêndio registrados até setembro, a gestão do Fundo Amazônia tem sido alvo de críticas. Após pressões do Supremo Tribunal Federal (STF) e reclamações de estados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a destinação de R$ 180 milhões para combater o fogo em quatro estados: Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. No entanto, há preocupações sobre a demora na liberação desses recursos.

O secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, destacou que os processos para liberar o dinheiro têm sido lentos, o que dificulta a resposta rápida à crise ambiental. Enquanto isso, analistas e especialistas como o ex-diretor do Ibama, Samuel Souza, consideram o valor insuficiente para enfrentar o problema de forma adequada. Segundo ele, o montante é equivalente ao de uma operação emergencial e não condiz com a gravidade da situação.

Apesar das críticas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o combate aos incêndios é uma prioridade. A liberação dos recursos, no entanto, só ocorreu após cobranças públicas e ações do STF, que pediu explicações ao Ministério do Meio Ambiente e ao BNDES sobre a demora na análise de projetos estaduais voltados à preservação da floresta.

Especialistas também ressaltam que a má gestão dos recursos do Fundo Amazônia não é novidade. Apenas 15% dos valores destinados ao combate às queimadas foram efetivamente utilizados. Analistas como Georges Humbert, doutor em direito, pedem uma revisão urgente da eficácia do fundo, que, segundo ele, não tem atendido às necessidades reais da região.

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