O mercado físico do boi gordo manteve mais um dia de preços firmes, enquanto os pecuaristas voltam a se deparar com um perfil lateralizado de negociações em grande parte do país, apontaram as principais consultorias que acompanham o mercado pecuário. Por outro lado, os preços da carne voltam a cair no atacado, do lado da demanda, o mercado doméstico de carne bovina mostra timidez e fragilidade nas negociações, movimento típico deste período do mês.
Com isso, o volume negociado de maneira mais comedida foi o suficiente para manter as programações de abates em boa parte das praças monitoradas, com isso, a média nacional ainda se encontra em 9 dias úteis, segundo relatório diário da Agrifatto. “Observa-se uma redução na oferta de vacas e novilhas terminadas, uma tendência que vem se fortalecendo nas últimas semanas”, informam os analistas.
“O final de mês vem sendo um pouco mais arrastado em termos de preços, com os frigoríficos conseguindo manter a dianteira nas escalas de abate e inviabilizando movimentos mais agressivos de alta”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
No entanto, o escoamento de carne vem diminuindo e com a maioria dos frigoríficos operando com escalas ajustadas a essa demanda, a perspectiva de mudança diminuiu. Diante desse cenário, apontou a Scot Consultoria, a arroba do boi está cotada em R$227,00, a da vaca em R$202,00 e a da novilha em R$215,00, preços brutos e a prazo.
O “boi China” – animal abatido com até 30 meses de idade, com destino a exportação – está cotado em R$230,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$3,00/@ em relação ao boi comum, destinado ao mercado interno.
Já no mercado futuro, segundo a Agrifatto, na B3, os contratos voltaram a subir, mas de maneira ainda “tímida”, o vencimento para jul/24 ficou em R$ 231,55/@, com incremento de 0,41% no comparativo diário.
A entrada de animais confinados em maior proporção é aguardada ao longo de agosto, com grande incidência de contratos a termo, o que também pode resultar em alguma queda das cotações após a primeira quinzena do referido mês.
Giro do boi gordo pelas praças pecuárias do Brasil
- Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 229,27, na modalidade a prazo.
- Em Goiás, a indicação média foi de R$ 221,18 para a arroba do boi gordo.
- Em Minas Gerais, a arroba teve preço médio de R$ 219,41.
- No Mato Grosso do Sul, a arroba foi indicada em R$ 219,66.
- No Mato Grosso, a arroba ficou indicada em R$ 209,09.
Aumento nos preços compromete frigoríficos de pequeno e médio porte
Os recentes aumentos nos preços dos animais prontos estão prejudicando as operações dos frigoríficos de pequeno e médio portes, que atuam exclusivamente no mercado doméstico. De acordo com a consultoria Agrifatto, esses frigoríficos estão operando com margens negativas e mostram sinais de esgotamento, não conseguindo suportar novos aumentos de custos.
Por outro lado, a situação ainda oferece certa vantagem para os exportadores, segundo a Agrifatto.
No que diz respeito às negociações semanais, o volume destinado ao setor atacadista de carne com ossos, a partir de quinta-feira (25/07), deve ser semelhante ou ligeiramente inferior à quantidade registrada na semana anterior.
“A fim de atender às demandas do final de julho e início de agosto, espera-se que a maioria dos preços se mantenha estável, com boa sustentação”, observa a consultoria. A Agrifatto também destaca que o preço do boi castrado pode voltar ao nível de duas semanas atrás, uma vez que está próximo das cotações do boi inteiro, vaca e novilha.
Boi no atacado
O mercado atacadista volta a se deparar com preços em queda no decorrer da quarta-feira. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere a continuidade deste movimento no curto prazo.
“Ainda há expectativa em torno da recuperação dos preços no decorrer da primeira quinzena de agosto, período pautado por bom apelo ao consumo, considerando que, além da entrada dos salários na economia, há o adicional de consumo relacionado ao Dia dos Pais”, apontou Iglesias.
O quarto traseiro foi precificado a R$ 17,20 por quilo, queda de R$ 0,05. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 17,35 por quilo, queda de R$ 0,15. A ponta de agulha foi precificada a R$ 12,70 por quilo, queda de R$ 0,15.