A raiva bovina é considerada uma das zoonoses de maior importância em saúde pública, não só por sua evolução drástica e letal, como também por seu elevado custo social e econômico. É uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente do morcego. Apresenta letalidade de aproximadamente 100%.
O que é a raiva bovina?
A raiva herbívora pode ser transmitida aos espécies mamíferas, equinos, bovinos, suínos, ovinos, cães e gatos. Os quadros clínicos se apresentam com sinal inicial de isolamento do animal, que se afasta do rebanho, apresentando certa apatia e perda do apetite, podendo apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que se passa ao seu redor. Seguem-se outros sinais, como aumento da sensibilidade e prurido na região da mordedura, mugido constante, tenesmo, hiperexcitabilidade, aumento da libido, salivação abundante e viscosa e dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado).
Com a evolução da doença, apresenta movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares e ranger de dentes, midríase com ausência de reflexo pupilar, incoordenação motora, andar cambaleante e contrações musculares involuntárias.
Após entrar em decúbito, não consegue mais se levantar e ocorrem movimentos de pedalagem, dificuldades respiratórias, opistótono, asfixia e finalmente a morte, que ocorre geralmente entre 3 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se, em alguns casos, por até 10 dias.
Qual o epicentro dos casos?
O número de casos de raiva bovina disparou em Cascavel e já são 25 registrados oficialmente neste ano, de acordo com a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). Os registros ocorreram em 15 propriedades que ficam em diversas regiões da cidade: Linha Velha, Jangada Taborda, São Mateus, Jangadinha, Linha Scanagatta, São Salvador e Rio do Salto.
Contudo,o número de casos ainda pode ser maior, havendo a chance de que muitos casos ainda não foram reportados.
Como proceder após identificar a contaminação?
A partir dos sintomas, é necessário entrar em contato com a Adapar, para que todo encaminhamento necessário seja feito. “Existe vacinação para prevenir a doença, uma vacina muito eficiente, mas que muitos não aplicam. Tem que ser feita e é barata: em média três reais para duas doses”, orienta a fiscal Luciana Monteiro.
Para o ser humano que contrair a raiva bovina, também não há o que fazer. Do animal para nós, a raiva é transmitida em contato com a saliva do animal ou em caso de mordedura. “É por isso que notificar na propriedade é tão importante. Depois da morte do bicho, fazemos a coleta do material e confirmamos se o caso se trata de raiva ou não”. Quanto ao consumo da carne ou do leite do animal contaminado, ela garante que isso não transmite a doença ao ser humano. “Não há registro de transmissão dessa forma”.