O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo (27) em disputa no segundo turno contra o deputado federal Guilherme Boulos (Psol). Com 90,54% das urnas apuradas, o candidato do MDB tem 59,57% dos votos, contra 40,44% do adversário. Na mesma chapa, o coronel Ricardo de Mello Araújo (PL) foi eleito vice-prefeito da cidade.
O resultado confirma o favoritismo de Nunes, apontado pelas pesquisas de intenção de voto desde o início do segundo turno. Após um primeiro turno bastante equilibrado, em que o emedebista teve só 25 mil votos a mais que o psolista, ele conseguiu angariar a maioria dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado na disputa, o que lhe conferiu margem confortável nas últimas semanas.
A vitória de Ricardo Nunes é, também, um triunfo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou formalmente a reeleição do prefeito, apesar de ter tido participação discreta durante a campanha. E, principalmente, uma demonstração de força do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que atuou como o principal cabo eleitoral do emedebista e foi seu aliado mais presente.
Além disso, representa uma derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na maior cidade do país. O petista apostou forte na candidatura de Boulos, que recebeu mais de R$ 44 milhões do PT durante a campanha – mais do que qualquer candidato do próprio partido em outras capitais. Porém, terá que continuar convivendo com um opositor em terras paulistanas.
A eleição deste domingo significa, ainda, a continuidade do grupo político que governa a capital paulista desde 2017, quando João Doria (PSDB) tomou posse na prefeitura. Em 2018, ele deixou o cargo para concorrer ao governo estadual e cedeu o lugar ao vice, Bruno Covas (PSDB). Reeleito em 2020, Covas faleceu no ano seguinte, quando Nunes, então vice-prefeito, assumiu a cadeira. Agora, ele terá mais quatro anos de mandato.
Para ser eleito, Nunes superou o desafio inicial de se tornar mais conhecido pela população. Além disso, tendo como principais adversários Boulos e Marçal, conseguiu se colocar como um concorrente mais moderado, retratando seus rivais como “extremistas” e “radicais”. Conseguiu, também, se equilibrar entre o apoio de Bolsonaro e uma certa distância do ex-presidente, para não ser contaminado pela rejeição que ele carrega.