O número de assassinatos no Brasil caiu 7% em 2021 na comparação com o ano anterior. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Em todo o ano passado, foram registradas 41,1 mil mortes violentas intencionais no país – 3 mil a menos que em 2020. Trata-se do menor número de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007.
Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, ouvidos pelo G1, o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: profissionalização do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.
Em primeiro lugar, vale dizer o óbvio: mais de 40 mil assassinatos num ano não é um patamar aceitável. Mas como o Brasil já bateu a marca de 60 mil mortes, claro que é legítimo comemorar a tendência de queda. O Brasil ainda é um país muito violento, com bastante impunidade, com a maioria dos homicídios sem solução legal, e esse é o maior convite ao crime que existe, pois o crime é uma escolha.
Em segundo lugar, os especialistas apontam vários motivos, mas só não mencionam a maior quantidade de armas na mão de cidadãos ordeiros. O instrumento encontrado pelo governo Bolsonaro, que apoia esse caminho, foi facilitar a compra de armas pelos CACs, já que algumas medidas provisórias foram derrubadas por um Supremo ativista e desarmamentista, tão imbuído da mentalidade “progressista” sobre criminalidade que chegou a vetar operações policiais com helicópteros em favelas.
Durante décadas escutamos falar da letalidade da polícia, da vitimização dos marginais, que seriam “vítimas da sociedade”, e da narrativa fajuta e preconceituosa de que o crime é uma consequência da pobreza – basta verificar que a maioria dos moradores de favelas é gente trabalhadora e honesta para rebater esse discurso.
O que os conservadores entendem é que crime se combate com mais firmeza na punição, com mais risco para o criminoso, inclusive na possibilidade de uma reação em legítima defesa. Se aceitarmos o crime como uma escolha racional de alguém sem muito escrúpulo, então fica evidente que é necessário aumentar o custo/risco do ponto de vista do criminoso. E uma população de cordeiros desarmados é o oposto disso, uma tentação para qualquer marginal.
Em 2020, alta na posse de armamentos foi de 97,1% após flexibilização de regras promovidas por Bolsonaro, segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Claro que é preciso tomar cuidado com causa e efeito, pois correlação nem sempre é causalidade. Mas a esquerda garantiu que mais armas nas mãos da população significaria mais crimes violentos, e o que observamos é justamente o contrário. Não acredito que esse seja o único ou mesmo o principal fator de redução na taxa de homicídio, mas são os esquerdistas que devem boas explicações – e eles sempre fogem pela tangente.
O que podemos afirmar, com toda a convicção, é que temos hoje mais brasileiros decentes armados, e menos assassinatos no país. Especialistas defensores do direito de legítima defesa não ficaram surpresos…
Rodrigo Constantino
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.
**Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião do Diário do Acre.
Por Rodrigo Constantino, publicado no jornal Gazeta do Povo em 22 fevereiro de 2022