As estatais federais brasileiras encerraram 2025 com um déficit recorde de R$ 6,3 bilhões no acumulado entre janeiro e novembro, o pior resultado da série histórica para esse período, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O número reflete a diferença entre as receitas arrecadadas e as despesas operacionais das empresas públicas federais, evidenciando um cenário de forte desequilíbrio financeiro.
De acordo com o Boletim de Estatísticas Fiscais, o resultado negativo supera os patamares registrados em anos anteriores e confirma uma tendência de agravamento nas contas das estatais. Em 2024, por exemplo, o déficit acumulado no mesmo intervalo havia ficado próximo de R$ 6 bilhões, o que demonstra uma deterioração ainda maior ao longo de 2025.
Entre os principais fatores que contribuíram para o rombo está a situação financeira dos Correios, que enfrentam um prejuízo estrutural estimado em mais de R$ 4 bilhões por ano. O déficit da estatal é atribuído, sobretudo, à obrigação de manter a universalização do serviço postal em todo o país, além de mudanças no mercado logístico e da concorrência com empresas privadas de entrega.
Para tentar reverter o cenário, os Correios anunciaram um plano de recuperação que inclui o fechamento de cerca de mil agências, a demissão de até 15 mil funcionários e a venda de ativos. A empresa também contratou um empréstimo de aproximadamente R$ 12 bilhões junto a cinco grandes bancos, com o objetivo de reforçar o caixa e garantir a continuidade das operações.
O déficit das estatais federais gera impacto direto nas contas públicas, uma vez que o Tesouro Nacional precisa cobrir os prejuízos para manter o funcionamento das empresas. Esse cenário aumenta a pressão sobre o Orçamento da União, podendo limitar investimentos em outras áreas e dificultar o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo. Com informações do portal Metrópoles.


