Apesar do calor e dos efeitos das mudanças climáticas, a produção de guaraná no Amazonas deve fechar o ano em alta. Segundo a Embrapa Amazônia Ocidental, a safra atual apresenta um crescimento expressivo em relação ao ano anterior, com incremento de 20% a 30% na produção em comparação com 2024. Grandes empresas do setor relatam resultados ainda mais robustos, com ganhos próximos de 50%.
Neste ano, o período de floração, considerado o mais crítico, não registrou secas prolongadas nem chuvas intensas capazes de derrubar ou secar as flores. E, mesmo com dias mais quentes — entre os mais intensos das últimas duas décadas —, não houve impacto direto na produção.
“Os produtores comentam que estão colhendo bem mais guaraná do que no ano passado. Esse aumento é perceptível nas áreas que temos acompanhado”, destacou o pesquisador André Atroch. “O que tem se observado nas áreas são as plantas muito carregadas, muito cheias de guaraná”, complementou.
Expectativas para o fechamento da safra
Agora, na reta final da safra, a preocupação se volta para as chuvas típicas desta época do ano em Manaus. Isso porque a intensidade das precipitações pode provocar a queda de frutos maduros ou o apodrecimento de cachos ainda na planta. Ainda assim, a expectativa é de que o balanço final confirme 2025 como um ano de recuperação e crescimento para o guaraná amazonense.
A produção brasileira de guaraná alcançou 2.663 toneladas em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor gerado pela cultura somou R$ 68,031 milhões, com 9.609 hectares colhidos e rendimento médio de 277 quilos por hectare. A Bahia aparecia como o maior produtor.
No recorte estadual, o Amazonas se mantinha como um dos polos tradicionais da cultura. O Estado produziu 771 toneladas em 2024, com valor estimado em R$ 32,954 milhões. A colheita ocupou 3.720 hectares, com rendimento médio de 207 quilos por hectare.



