Quando se fala em agronegócio brasileiro não há como deixar fora o nome do mineiro de Bambuí Alysson Paolinelli, que foi ministro da agricultura no governo Geisel no período de 74 a 79. Foram apenas cinco anos, mas o suficiente para a agropecuária brasileira se transformar e alcançar os primeiros lugares a nível mundial nos dias de hoje.
Os cinco anos da história de Paolinelli no comando da agropecuária brasileira, mais da agricultura especificamente, criou uma enciclopédia infinita de ensinamentos que sempre estarão no campo e nunca esquecidos pelos avanços que foram colocados em prática e que hoje e sempre ocuparão diariamente as mesas das pessoas em qualquer canto do mundo.
A agropecuária se transformou em “agrobusiness”, mas o próprio produtor brasileiro, que se orgulha do que faz, preferiu valorizar sua própria língua e hoje ninguém usa outra palavra a não ser AGRONEGÓCIO.
Segmento responsável por quase 30% do PIB do país, 20 milhões de empregos e com muita oferta em várias regiões em busca de colaboradores que estão em falta. E hoje, a enxada e a carroça já estão praticamente extintas da agropecuária. São ofertas de empregos com bons salários e condições qualificadas.
Há espaço para todos desde que o interessado tenha conhecimento técnico prático ou adquirido em boas escolas. O agronegócio não busca somente o diploma e valoriza sem preconceito aquele que entende da matéria.
Então, não podemos colocar em cheque a importância vital do agro para o desenvolvimento do Brasil. Não será uma grande montadora de automóveis ou uma fabricante de aviões que terá mais importância do que a comida que será colocada na boca da população mundial daqui pra frente. Esse é o assunto que gira nas rodas das maiores autoridades do planeta. Todos sentem na “carne” esse problema.
Por isso, a agropecuária e o meio ambiente precisam caminhar lado a lado. Precisamos de alimentos para viver, mas o conforto ambiental é que vai nos levar a uma longevidade tranquila alcançando também nossos herdeiros no futuro.
Em todos os segmentos existem maus profissionais. Quantos escândalos temos visto na medicina, entre os políticos corruptos de alto escalão, no futebol, nas escolas, contra negros e mulheres e não muito distante dentro das próprias famílias.
E porque não haveria erros e até absurdos entre alguns que trafegam nas estradas do agronegócio? Claro que existem e precisam ser corrigidos e até punidos! Contrabando de agrotóxicos, desmatamento, grilagem, garimpo ilegal, nada disso pode ficar as escondidas!
Mas colocar quem leva o Brasil ao topo mundial da produção de grãos e carnes no mesmo barco é covardia! Mesmo com a recessão global durante a pandemia e que ainda perdura com a guerra no leste europeu, ficamos orgulhosos com o desempenho brasileiro na produção de alimentos para o mundo.
Só que muitos por influência política ou ideológica e também por total ignorância sobre o assunto, preferiram entrar na contramão e ir contra nossa imagem para aqueles que lá fora trabalham para criar medidas protecionistas e impedir o avanço vertical da produção brasileira.
O agro merece respeito! Não podemos cuspir no prato que comemos.
Pensar em projetos para acabar com a fome brigando com o produtor é um tiro no pé! O apoio à Agricultura Familiar é fundamental mas não é uma coisa que se resolve da noite para o dia e muito, mas muito dinheiro precisa ser investido no setor. Não só dinheiro, mas educar tecnicamente o agricultor familiar para que ele possa aproveitar bem os incentivos financeiros e não desperdiçá-los por falta de conhecimentos mais modernos.
Quando se tenta colocar a agricultura familiar distante do grande produtor como se ambos pudessem viver independentes, o pobre é quem vai “pagar o pato”.
Tudo o que acontece no mercado dos grandes do agro tem reflexo imediato entre os pequenos produtores. No mercado não há preços de insumos, da arroba do boi, do quilo de frango, do litro de leite, dúzia de ovos, mais baratos para os pequenos. Todos pagam o mesmo preço com a mesma moeda!
Portanto, o apoio integral aos agricultores familiares é justo e merecido! Só que não podemos “demonizar” o agronegócio como muita gente boa quer fazer.
Valdir Barbosa. Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.