Sem novos anúncios, visita do Ministro da Agricultura ao RS frustra produtores rurais

Ao contrário do que o agronegócio gaúcho esperava, o ministro da Agricultura não anunciou novas medidas de apoio nem a criação da esperada linha de crédito durante a visita ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 28. Carlos Fávaro reforçou a criação de fundos garantidores para acesso ao crédito rural. Os fundos foram anunciados no dia 9 de maio, junto com outras ações. Fávaro disse que a Medida Provisória que cria os instrumentos deve ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até esta quarta, 29.

“Essa é a principal medida, porque a liquidez do mercado se extingue diante dessas tragédias”, disse o ministro a jornalistas. Com o fundo de aval, o Tesouro Nacional passa a ser o avalista para o produtor rural acessar o crédito.

Fávaro afirmou que até agosto, o governo deve estruturar “medidas definitivas com relação aos débitos dos produtores”, lembrando que o pagamento das dívidas já foram suspensos até o dia 14 de agosto. 

“Agora é o momento do diálogo”, diz ministro da Agricultura

A visita do ministro da Agricultura ao Rio Grande do Sul acontece um mês após as enchentes, que começaram no final de abril. A justificativa para a demora foi porque as primeiras ações necessárias eram de resgate, e agora começa o trabalho de reconstrução.

Em Santa Cruz do Sul, Carlos Fávaro participou de uma cerimônia para entrega de 32 máquinas (retroescavadeiras, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas) para municípios atingidos pelas enchentes. Os equipamentos foram adquiridos a partir de emendas da bancada federal do estado. 

O município foi o primeiro a receber o gabinete itinerante da pasta, que segue no Rio Grande do Sul durante a semana para ouvir demandas do agro. Enquanto uma equipe fica no estado, o ministro voltaria para Brasília ainda nesta terça.

“Agora é o momento do diálogo. Estamos aqui vivenciando o dia a dia para recebermos sugestões e transformarmos isso em políticas públicas”, disse Fávaro. “Ouvir as propostas de como o Ministério da Agricultura pode ser útil”, completou.

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), disse que o setor ficou preocupado e apreensivo. “Ou não vai acontecer nada mesmo [em relação a medidas de apoio ao setor] ou faz parte de uma construção que nem ele [o ministro] sabe o que vai fazer. Eu prefiro acreditar que faça parte de uma construção”, disse Gedeão Pereira ao Agro Estadão.

Arroz: é impossível conviver com a especulação
Questionado sobre a decisão do Governo Federal em importar arroz, mesmo diante da garantia do setor de que não deve faltar o cereal para consumo dos brasileiros, o ministro Carlos Fávaro disse que é preciso olhar o Brasil como um todo e repetiu que a medida é para evitar a especulação.

“É impossível conviver com a especulação. Se alguém tem uma justificativa óbvia de porque um pacote de arroz aumenta 20%, 30% em 30 dias e qual solução para isso?”, refletiu Fávaro, ao dizer que o poder público está atuando para combater o movimento. 

Fávaro concordou que há estoque de arroz suficiente e que o problema de desabastecimento pontual foi provocado por problemas de logística e emissão de nota fiscal. “A atuação do governo não é para afrontar ou tirar competitividade mas, sim, trazer equilíbrio”, destacou.

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