Semana vai ser difícil no mercado do boi gordo; consultoria faz alerta

Os pecuaristas brasileiros devem passar por mais uma semana difícil, marcada pelo agravamento da pressão de baixa nos preços do boi gordo, um reflexo do aumento da oferta de animais neste momento de transição da safra para o período de entressafra; veja análise e cotações.

mercado físico do boi gordo iniciou a semana com preços enfraquecidos nas principais regiões de produção e comercialização do Brasil. A oferta crescente nas regiões Centro-Oeste e Norte tem proporcionado um conforto estratégico às indústrias, conforme observado pelo analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

“A oferta segue crescendo no Centro-Oeste e no Norte, fazendo com que as indústrias tenham conforto em seu posicionamento de escalas de abate”, disse o Iglesias.

Os pecuaristas brasileiros devem passar por mais uma semana difícil, marcada pelo agravamento da pressão de baixa nos preços do boi gordo, um reflexo do aumento da oferta de animais neste momento de transição da safra para o período de entressafra, relatam as consultorias que acompanham diariamente

Com as poucas chuvas previstas para um cenário de curto prazo, o desgaste das pastagens tende a se agravar, forçando o pecuarista a colocar mais oferta de boiadas à disposição. “Os produtores perderam a capacidade de retenção dos animais e não têm outra alternativa senão aliviar a lotação das pastagens já desgastadas”, observa a Agrifatto.

Pagando apenas os preços de “balcão”, continua a consultoria, muitos frigoríficos, fortalecidos pelo conforto das escalas de abate, estão optando por se retirar estrategicamente das compras, intensificando, assim, a pressão de baixa nos preços da arroba.

No entanto, antecipa a consultoria, um movimento de recuperação dos preços da arroba pode começar a partir da segunda quinzena de julho ou início de agosto, quando haverá um esgotamento de ofertas de boiadas gordas, marcando o processo de intensificação do período de entressafra.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no estado de São Paulo, as escalas de abate dos frigoríficos não mudaram, o que indica baixo volume de negócios. “O escoamento de carne está moroso, com a oferta de boiadas atendendo as lacunas das escalas de abate já bem-posicionadas”, reforça a Scot. Com isso, diz a consultoria, os preços dos animais terminados fecharam a segunda-feira estáveis nas praças paulistas, em relação ao quadro observado na sexta-feira (24/5).

Preços do boi gordo nas principais praças pecuárias do país, segundo Agrifatto

São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$222,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de catorze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias;

Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de catorze dias;

Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;

Paraná — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias.

O mercado físico do boi gordo no Brasil iniciou a semana com preços enfraquecidos, refletindo o aumento da oferta de animais e a pressão negativa sobre os valores da arroba. Segundo dados do CEPEA/B3, na segunda-feira (27/5), a cotação do boi gordo ficou em R$ 221,40 por arroba, representando uma queda de 0,29% no dia e de 3,47% no mês.

Essa desvalorização é resultado da maior oferta de gado, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde o conforto das escalas de abate permite que frigoríficos reduzam suas compras. Com poucas chuvas previstas a curto prazo, o desgaste das pastagens deve forçar os pecuaristas a colocar mais animais no mercado, aumentando ainda mais a oferta.

Mercado atacadista

No mercado atacadista, a semana abriu com queda nas cotações. A virada do mês pode trazer uma recuperação nos preços devido à entrada dos salários na economia, motivando a reposição ao longo da cadeia produtiva. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,00 por quilo, enquanto a ponta de agulha caiu para R$ 12,50 por quilo, uma queda de R$ 0,20. O quarto dianteiro recuou para R$ 12,50 por quilo, uma queda de R$ 0,50.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira, do Compre Rural.

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