Os bombeiros e policiais militares do Acre estão vivendo uma profunda insatisfação e frustração com a falta de cumprimento da promessa feita pelo governador Gladson Cameli durante a campanha eleitoral de 2018. Em suas palavras, ele afirmou: “Eu vou equiparar o salário da PM ao da Polícia Civil, pois é inadmissível cobrar segurança quando o policial militar não tem nem o ânimo, nem as condições adequadas para nos defender”.
Hoje, não usamos mais essas palavras, mas as cito apenas para relembrar ao excelentíssimo senhor governador que ele não cumpriu a promessa. Os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, juntamente com as entidades representativas, apresentaram uma proposta conhecida como Realinhamento Salarial, que equivale ao PCCR dos funcionários civis. No entanto, até agora, nada saiu do papel.
Estamos no sétimo ano de governo, e as condições salariais dos militares estaduais, que são profissionais essenciais para a segurança pública e o bem-estar da população, continuam praticamente inalteradas.
Há anos, os militares têm sido constantemente informados de que a melhoria salarial depende do limite prudencial, que está sempre acima do permitido. No entanto, a paciência dos servidores está se esgotando. A cada ano, o governo utiliza o argumento de que o gasto com pessoal ultrapassa o teto legal, impossibilitando qualquer reajuste. O mais recente relatório, divulgado nesta quinta-feira (30 de janeiro de 2025), mostra que o limite está apenas 0,22% acima do permitido, o que revela que, mais uma vez, o governo se apegará a essa desculpa para não cumprir sua promessa.
Os militares se sentem negligenciados e desvalorizados, principalmente porque o discurso da gestão estadual se resume a promessas vazias e justificativas que não resultam em avanços concretos. A revolta cresce, pois a classe tem plena consciência de que, apesar das dificuldades fiscais, o estado do Acre não tem demonstrado nenhuma real vontade ou esforço para encontrar soluções que possibilitem a tão esperada melhoria salarial.
Essa insatisfação não se deve apenas à falta de aumento, mas à sensação de que o governo e sua equipe não se importam em resolver um problema que afeta diretamente a qualidade de vida e a dignidade de quem arrisca a vida todos os dias em defesa da sociedade. A desvalorização dos militares é vista como uma constante, e a promessa feita durante a campanha de 2018 parece cada vez mais distante e irreal, tornando o cenário cada vez mais tenso e desanimador para quem cumpre a missão com zelo e dedicação.
Jean Messias é graduado em Comunicação Social/Jornalismo é graduando em Serviços Jurídicos. É sargento da Polícia Militar do Acre (PMAC) e presidente da Associação das Praças da Polícia Militar do Acre (APRAPMAC).
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