Setor de máquinas agrícolas cresce 23,3% em janeiro

O setor de máquinas e implementos agrícolas alcançou R$ 4,2 bilhões em receita líquida em janeiro de 2025, um crescimento de 23,3% na comparação com o mesmo período de 2024, embora tenha registrado uma queda de 5,5% em relação a dezembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a receita líquida foi de R$ 61,7 bilhões, redução de 17,2% em relação ao período anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Segundo o levantamento, a receita interna com máquinas agrícolas atingiu R$ 3,5 bilhões em janeiro, marcando um avanço de 30,1% no comparativo anual, mas um recuo de 5,0% frente a dezembro. No acumulado de 12 meses, a receita interna foi de R$ 53,7 bilhões, uma queda de 17,6%. 

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, atribui o crescimento dos indicadores ao desempenho negativo de janeiro de 2024. “Janeiro do ano passado foi muito ruim em vendas, estava em uma seca muito forte e o pessoal estava com a lavoura no chão. Em um cenário desse, o pessoal não compra máquina. Ou seja, janeiro de 2025 foi normal”, avaliou, durante entrevista coletiva.

Setor estima crescimento de 8,2% em 2025

O setor de máquinas agrícolas mantém a estimativa de crescimento de 8,2% no faturamento em 2025, segundo a Abimaq. Para Pedro Estevão, os indicadores econômicos do agronegócio do país corroboram para essa previsão. “O preço das commodities, como soja e milho, está um pouco maior do que no ano passado. Outras grandes culturas, como cana-de-açúcar, arroz e algodão, estão com preço normal. Laranja e café estão com preço excepcional. A rentabilidade não está ruim [para o produtor]”, analisa.

O receio do setor, no entanto, é que as altas taxas de juros possam segurar o aumento do faturamento em 2025. “Quem precisa comprar e financiar provavelmente vai adiar, porque a taxa de juros está bastante alta”, destaca Estevão.

Quedas nas importações e exportações

Em janeiro, o Brasil importou US$ 85,43 milhões em máquinas agrícolas, registrando uma queda de 5,7% em relação ao mesmo período de 2024, porém um avanço de 45,6% frente a dezembro. No acumulado de 12 meses, as importações totalizaram US$ 1,2 bilhão, uma redução de 15,5% em relação ao ano anterior. China e Estados Unidos são as principais origens das importações.

Já as exportações do setor geraram US$ 102,52 milhões em receitas, uma queda de 19,5% na comparação anual e de 6,8% em relação a dezembro. No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 1,4 bilhão, registrando uma retração de 19% frente ao mesmo período do ano anterior.

A América Latina é o principal destino das exportações brasileiras de máquinas agrícolas, com destaque para Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru e México. Além disso, uma parcela significativa das vendas externas segue para o continente africano e países da Europa Oriental, como Rússia, Ucrânia e Lituânia. Segundo a Abimaq, a queda nas exportações foi impactada pela seca que afetou dois dos principais mercados, Paraguai e Argentina, mesmo fenômeno que atinge o Rio Grande do Sul.

O levantamento também revela que, no final de janeiro, o Brasil registrou 113.664 trabalhadores no setor de máquinas agrícolas, um queda de 1,1% em relação ao mesmo período do ano passado e um leve avanço de 0,8% frente a dezembro. A média em 12 meses foi de 114.314 empregados, um recuo de 3,6% no comparativo anual.

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