Soja puxa e exportações da agropecuária crescem 25,8% em novembro

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou nesta quinta-feira, 4, os resultados da balança comercial de novembro. O setor agropecuário teve um incremento de 25,8% nos valores obtidos com as vendas internacionais se comparado a novembro de 2024. Ao todo, a soma chegou a US$ 5,6 bilhões. 

Quanto ao volume embarcado, também houve um aumento similar, de 25,9%. Foram mais de 10,5 milhões de toneladas de produtos agropecuários destinados ao exterior no último mês. A soja registrou um crescimento de 64,4% na quantidade enviada ao mercado internacional, totalizando 4,1 milhões de toneladas. Isso ajudou no desempenho do setor no mês. 

“Nós tivemos uma safra recorde este ano e um escoamento de soja mais tardio em relação ao ano passado, então observamos grandes embarques. Não se comparam com o volume de embarques do meio do ano, mas são crescentes em relação ao mesmo período do ano passado”, destacou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.

Entre os principais produtos estão:

soja: US$ 1,82 bilhão (+64,6%);
café verde: US$ 1,49 bilhão (+9,1%);
milho: US$ 1,1 bilhão (+12,6%);
algodão: US$ 640 milhões (+18,6%);
frutas e nozes não oleaginosas: US$ 183,5 milhões (+14%);
animais vivos, exceto pescados e crustáceos: US$ 132,5 milhões (+71,1%).

Devido a metodologia de análise adotada pelo MDIC, bens agropecuários que passam por indústrias, como carnes e farelo, não são contabilizados dentro desse recorte da atividade. Esses outros produtos são incluídos no setor de indústria de transformação. Os itens agroindustriais com maiores valores foram:

carne bovina fresca, refrigerada ou congelada: US$ 1,75 bilhão (+57,9%);
açúcares e melaços: 1,24 bilhão (-23,2%).
celulose: US$ 939,2 milhões (+8,6%);
carne de aves e miudezas comestíveis: US$ 710,8 milhões (-13,3%);
farelos de soja e outros alimentos para animais: US$620,1 milhões (-13,8%);
tabaco: US$ 282,3 milhões (-16,3%);
sucos de frutas ou vegetais: US$ 240,6 milhões (-32,1%);
carne suína fresca, refrigerada ou congelada: US$ 231,3 milhões (-15,4%).

Retirada de tarifaço americano ainda não teve impacto 

A pasta também apresentou os itens que mais tiveram queda nas exportações para os Estados Unidos. Dos cinco itens que mais caíram em volume exportado comparado a novembro de 2024, quatro são do agronegócio:

café verde, com queda de 55,6%;
carne bovina, com 58,6%; 
sucos de frutas ou vegetais, com 40,1%; 
celulose, com 31,4%.
“Observamos uma cesta de quedas com produtos que estavam com a tarifa e não tarifados. A principal queda foi petróleo bruto, com mais de 65%, que não estava tarifado. Em seguida café e carne que estava na tarifa e saiu agora em novembro, mas possivelmente, ainda não observamos esse efeito da retirada da tarifa neste mês. Esperamos observar nos próximos meses”, comentou Brandão. 

O diretor ainda explicou que produtos como sucos e celulose tiveram queda devido aos efeitos da tarifa, que impacta na demanda. “Suco de laranja não estava tarifado e caiu. A celulose esteve e saiu antes. Então é índice de situações que tem tanto efeitos diretos de produtos que foram tarifados como indiretos. É um choque grande na economia dos Estados Unidos e isso acaba por retrair a demanda”, acrescentou. 

Exportações agropecuárias crescem 5% no ano 

Na análise do acumulado do ano, a agropecuária já soma US$ 72 bilhões, um incremento de 5% na comparação com janeiro a novembro de 2024. Em volume, o montante embarcado é 1,7% superior ao registrado nesse mesmo período. 

Em relação ao ano passado, a soja retomou o posto de principal produto exportado em valor. Nesses 11 meses, foram US$ 42 bilhões. Mas isso não se é motivado por uma alta, já que em relação a igual período de 2024 houve um recuo de 0,1% na soma dos valores. A principal causa é que as receitas de petróleo exportado caíram (-4,3%) e chegaram a US$ 40,8 bilhões.

Ao todo, o Brasil já obteve neste ano US$ 317,8 bilhões em exportações de todos os setores. O número é 1,8% superior aos 11 meses de 2024. O volume também é maior, 4,1%, já a média dos preços caiu 2,1%. 

A China lidera entre os principais destinos, com mais de US$ 92,9 bilhões em compra de produtos brasileiros nesse período (+4,2%). União Europeia  vem em seguida, com US$ 45,4 bilhões (+0,6%). Completam os três primeiros os Estados Unidos, com US$ 34,2 bilhões (-6,7%).

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