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Startup de análise de riscos no agro reduz incertezas dos Fiagros

Os Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) estão expostos a diversos riscos do setor agrícola, que dependem muito do tipo de papel que estes fundos possuem em sua carteira. Entre as incertezas mais gerais estão os riscos climáticos, de mercado (preços), operacional e financeiro, que podem ser mapeados e minimizados com ferramentas de análise com inteligência artificial e cruzamento de dados como as da startup Agmind. “Por exemplo, um Fiagro exposto a uma cooperativa de café que fica no sul de Minas Gerais, está exposto aos riscos climáticos da região, riscos de mercado cafeeiro e riscos operacionais dos cooperados – que no caso, por ser uma cooperativa, se torna um risco mais diluído pelo volume de cooperados”, explica Caio Rosateli, head de finanças e processos da venture builder WBGI, investidora da Agmind.

Para mitigar o risco, os Fiagros devem possuir uma estratégia de diversificação de carteira condizente com o setor, levando em consideração fatores que podem não ser tão relevantes em outras análises, como região onde estão os sacados e cultura nas quais eles atuam, por exemplo. “Além disso, é importante uma boa análise de crédito desses sacados, utilizando ferramentas que consigam capturar todos os dados deste setor que, apesar de sua relevância na economia no país, ainda possui muitos problemas na geração de dados de qualidade e informações relevantes para a tomada de decisão. É aí que entram as análises feitas pela Agmind”, orienta Rosateli. A tecnologia da agtech utiliza uma metodologia de análise de risco que faz uso de machine learning e outras ferramentas de IA em sua composição com uma base e análise de dados diferenciadas. “Vamos além da análise de perfil dos produtores, considerando a totalidade dos relacionamentos porteira para fora para definição do risco efetivo, ao mesmo tempo que nos aprofundamos em cada uma de suas dimensões”, explica Eduardo Oda, CEO da Agmind.

Perfil dos Fiagros

Rosateli avaliou os 10 maiores fundos do agronegócio listados na B3, que representam 59% de todo o setor. O período de estudo dos fundos foi o final do quarto trimestre (dezembro) de 2023. Levando-se em consideração a alocação dos papéis dos fundos dentro do SAG (Sistema Agroindustrial), observa-se uma maior presença de papéis posicionados depois da porteira, isto é, majoritariamente agroindústrias. “Esta preferência se dá muito por conta do menor risco que estas entidades representam aos fundos, uma vez que não estão tão diretamente expostas aos riscos operacionais ou climáticos, exemplos clássicos de risco da atividade agrícola”, explica o autor do estudo. Os produtores, ou grandes instituições produtoras que se posicionam dentro da porteira, representaram o segundo maior grupo observado no estudo, representando em média 21,21% das carteiras dos fundos. Neste caso, nota-se uma maior exposição aos riscos mercadológico, climático e operacional, tendo como principal ativo a própria produção da fazenda. É também importante a presença de papéis relacionados a entidades de revenda ou distribuidoras de insumos agrícolas, sendo 11,34% do total e, junto das duas outras categorias citadas, somam mais de 70% dos papéis observados.

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