O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou, em decisão recente, a importância da propriedade privada ao negar a suspensão de uma ordem de reintegração de posse de uma fazenda de 5 mil hectares em Mato Grosso. A decisão, proferida pelo ministro André Mendonça, coloca um ponto final em uma disputa que se arrasta desde 2008 e envolve aproximadamente 300 ocupantes irregulares da área.
A Fazenda São Sebastião, pertencente à Agropecuária São Sebastião do Araguaia Ltda, estava no centro de um imbróglio jurídico, movido pela Associação de Pequenos Produtores Rurais de Santa Terezinha, que tentava reverter uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A associação alegava exercer uma posse pacífica e legítima da propriedade, mas o STF entendeu de forma diferente.
Prejuízos ambientais e riscos ao setor produtivo
O ministro André Mendonça foi categórico ao apontar que a continuidade da ocupação irregular poderia trazer danos ambientais significativos. “A manutenção das ocupações irregulares acarreta danos a áreas de reserva legal, com riscos de agravamento”, afirmou Mendonça, ressaltando que a ampliação dessas ocupações poderia aumentar a destruição ambiental, uma preocupação constante quando se trata de terras produtivas.
Desde 2009, a justiça já havia determinado a reintegração de posse, mas sucessivos adiamentos permitiram que a ocupação permanecesse por mais de uma década. Durante esse tempo, foi garantido o cadastramento das famílias ocupantes e a indicação de locais para sua realocação, assegurando que essas pessoas fossem atendidas por programas sociais e de habitação, conforme determinação judicial.
Propriedade privada como pilar do agronegócio
A decisão do STF reforça a segurança jurídica para produtores rurais e empresas do setor agropecuário, garantindo que o direito à propriedade privada seja respeitado. Para o ministro, atender ao pedido de liminar poderia causar mais problemas do que soluções.
“O TJMT demonstrou inúmeras cautelas no cumprimento da ordem de reintegração”, destacou, ressaltando que o processo respeitou as normas legais e sociais envolvidas.
Com a negativa da liminar, a decisão assegura que a fazenda possa ser utilizada para fins agropecuários, favorecendo a produção agrícola e o desenvolvimento econômico da região, elementos fundamentais para o agronegócio brasileiro, que depende da estabilidade fundiária para continuar crescendo e atendendo às demandas internas e externas.
Essa vitória jurídica evidencia a necessidade de respeitar os direitos de propriedade privada, essenciais para o progresso do agronegócio, que é um dos setores mais importantes da economia brasileira e responsável por alimentar milhões de pessoas ao redor do mundo.