‘Taxa do agro’: Alexandre de Moraes vota a favor da cobrança

O ministro Alexandre de Moraes votou a favor da legalidade da cobrança do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), popularmente conhecido como “taxa do agro”, aprovado pelo Executivo de Goiás no fim do ano passado. Conforme mostra o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta quinta-feira, 20, o placar parcial do julgamento é de empate.

Moraes acompanhou a divergência aberta por Edson Fachin, que entendeu como constitucional a “taxa do agro” implementada pelo governo goiano.

O caso chegou ao plenário virtual do STF depois de Antonio Dias Toffoli, o relator, atender de forma liminar a um pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apontou a “taxa do agro” como inconstitucional. Até o momento, André Mendonça foi o único ministro da Corte a acompanhar o voto do relator. Assim, o resultado parcial está em 2 a 2.

A CNI acionou o STF por alegar que a chamada “taxa do agro” cria a vinculação de receita de impostos, ponto que foi reforçado por Toffoli em sua decisão sobre o caso. “Anote-se que consoante a firme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e o teor do art. 167, IV, da Constituição Federal, é inconstitucional a vinculação de receita de impostos, no que se inclui a receita de ICMS, a órgão, fundo ou despesa”, escreveu o ministro.

Com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski na última semana, outros seis ministros do STF devem analisar o caso envolvendo a legalidade — ou não — da “taxa do agro” pelo Estado de Goiás:

  1. Rosa Weber;
  2. Luís Roberto Barroso;
  3. Gilmar Mendes;
  4. Cármen Lúcia;
  5. Luiz Fux; e
  6. Nunes Marques.

Governador defende a cobrança da ‘taxa do agro’

Com o caso da “taxa do agro” indo para o STF, Ronaldo Caiado, governador de Goiás, voltou a defender publicamente seu recolhimento. De acordo com Caiado, o Fundeinfra será responsável por gerar cerca de R$ 1 bilhão por ano ao caixa do Estado. Valor esse que seria fruto de taxa de até 1,65% sobre a produção agropecuária goiana. Segundo o governador, a ideia seria aplicar esse dinheiro em melhorias para o escoamento da produção, como obras em rodovias e ferrovias.

Entidades do setor produtivo, contudo, são contrárias à cobrança da “taxa do agro”. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) afirma que esse tipo de imposto prejudica o agronegócio e encarece o preço dos alimentos. Visão similar parte do Sindicato Rural de Rio Verde, que alertou: o Fundeinfra poderá impactar no bolso do consumidor.

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