TCE-AC: 36 anos de história contados por quem ajudou a construir a instituição

O Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC) celebrou, nesta quarta-feira, 24, seus 36 anos de instalação com uma roda de conversa especial do projeto Gente que Conta, reunindo conselheiros, membros do Ministério Público de Contas, servidores e colaboradores em um momento de recordações e reconhecimento. A data oficial de criação da Corte é 27 de setembro.

Em um ambiente marcado pela emoção, sorrisos e orgulho, nomes como Nucineide Lima, conselheira-substituta Maria de Jesus, Lina Grasiela, que conduziu a mediação, Helder Cavalcante e Nancy Barroso compartilharam experiências e histórias que traduzem o sentimento de pertencimento à instituição.

O conselheiro Valmir Ribeiro, decano da Corte e articulador do processo de criação do TCE-AC, relembrou o contexto político de 1987, quando o órgão foi instituído com a aprovação unânime da Assembleia Legislativa.

“Enquanto deputado, já fiscalizávamos o Estado para garantir o uso correto do erário. Vir para o Tribunal foi uma continuidade dessa missão. Hoje, sinto-me feliz ao ver nossa instituição crescer, enfrentar desafios e conquistar respeito no cenário nacional”, destacou.

Valmir também recordou a escolha inesperada que o levou ao cargo de conselheiro: “Não queria vir para o Tribunal, mas dos 17 deputados era o único que atendia aos requisitos. Hoje tenho orgulho do nosso quadro e do que construímos juntos”.

O procurador-geral do Ministério Público de Contas, Mário Sérgio Neri, com 33 anos de trajetória, rememorou amizades e aprendizados: “Tentamos sempre fazer o melhor, respeitando a soberania da Corte. Aqui construímos uma vida de trabalho e de gratidão”.

Desafios e superações no interior

Com olhar emocionado, a conselheira-substituta Maria de Jesus revisitou sua caminhada, desde servidora cedida até o cargo atual, destacando as viagens ao interior em condições adversas.

“O início foi muito difícil. Enfrentávamos estradas enlameadas e longas viagens de canoa. Mas chegar ao município e poder contribuir valia cada sacrifício. Ver hoje o crescimento do Tribunal é como acompanhar o desenvolvimento de um filho: do nascimento à maturidade institucional”, declarou.

Na mesma linha, Helder Cavalcante, oriundo da antiga Auditoria Geral de Controle Externo, lembrou os tempos em que “tudo cabia em três salas pequenas, e conselheiros conversavam com servidores nos corredores”. Para ele, o Tribunal representa “uma grande família que cresceu e se fortaleceu ao longo dos anos”.

Histórias que se confundem com a instituição

A servidora Nucineide Lima, que ingressou no TCE-AC aos 18 anos, contou como a instituição se tornou parte inseparável de sua vida.

“Troquei o sonho de ser bióloga pela economia e não me arrependo. Acompanhei a transição da datilografia para a informatização, sempre motivada a aprender e crescer. Hoje, com 31 anos de casa, tenho mais história aqui do que fora daqui”, relatou, emocionada.

Memória preservada

A servidora Nancy Barroso destacou o papel do Memorial Félix Valle Pereira, criado em 2013, para guardar a memória da Corte: da primeira Constituição às máquinas de escrever e ao bingo usado no sorteio de processos.

“É um encontro de gerações. Tudo foi feito para que essa história jamais seja esquecida”, afirmou.

Presenças e celebração

A roda de conversa contou com a participação atenta da presidente Dulce Benício, da conselheira Naluh Gouveia, dos procuradores Sérgio Cunha, Anna Helena e João Izidro, além de dezenas de servidores e servidoras que lotaram o Plenário Hélio Saraiva.

A celebração reafirmou não apenas o valor das trajetórias individuais, mas também o legado coletivo de uma instituição que nasceu pequena, enfrentou adversidades e hoje se consolida como guardiã da boa aplicação dos recursos públicos no Acre.

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