Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2022, o trecho da BR-364 entre Cruzeiro do Sul e Acrelândia é tido como a segunda pior estrada do Brasil com mais de 500 km de extensão. Segundo o levantamento feito pelo Estadão, a estrada aparece na segunda posição por ser precária e perigosa. “Faltam pavimento e sinalização. Da mesma forma, estas rodovias receberam as piores notas em relação ao estado geral e geometria”.
O estudo da CNT analisou 110.333 quilômetros de estradas asfaltadas no território nacional. Destas, 87.095 km têm gestão pública e outros 23.238 km estão sob concessão. Por isso, os resultados se dividem de acordo com as condições de cada via. Assim, vai de “Ótimo”, “Bom” e “Regular” até chegar em “Ruim” e “Péssimo”.
Condições das estradas pioraram
O estudo da CNT constatou piora na característica do pavimento em relação a 2021. Do mesmo modo, o estudo identificou que 55,5% da extensão rodoviária está em estado regular, ruim ou péssimo. Um acréscimo de 3,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em outras palavras, estas rodovias somam 61.311 quilômetros.
Além disso, 60,7%, ou 66.985 quilômetros do total de estradas brasileiras foram consideradas regulares, ruins ou péssimas. Enquanto que, para a geometria da via, 63,9% encontram-se na mesma situação de antes. Ou seja, são 70.445 quilômetros de rodovias sem melhorias.
Portanto, 75,3% ou 65.566 quilômetros da malha rodoviária sob gestão pública apresenta algum tipo de problema. O pavimento dessas estradas tem maior queda de qualidade. Assim, o percentual da classificação regular, ruim e péssimo sobe para 62,7% no ano passado. Em 2021, eram 59,4%.
Só 8,9% tem “perfeito estado”
Ademais, a pesquisa identificou que apenas 8,9% de estradas encontram-se com a condição de superfície do pavimento classificada como em “perfeito estado”. Ou seja, apenas 9.770 quilômetros. O restante, 91,1%, ou 100.562 quilômetros, apresentam problemas.
Todavia, para realizar manutenção e melhorias seriam necessários investimentos na ordem de R$ 94,93 bilhões. Deste montante, R$ 72,26 bilhões deveriam ir para a reconstrução e restauração dos trechos. Ou seja, aqueles pavimentos com trincas no asfalto. Assim como com remendos, afundamento, buracos, ondulações e trechos deteriorados.
Contudo, os recursos restantes de R$ 22,67 bilhões deveriam ir para a manutenção das vias desgastadas. E, assim, evitar a evolução do problema. Mas isso exigiria novos investimentos.
Estradas ruins aumento custo do frotista
O desperdício de combustível representou um prejuízo financeiro de cerca de R$ 4,89 bilhões. Isso devido a problemas de qualidade em 66,0%, o que representa 72.763 km das rodovias. Ou seja, prejuízos pagos pelos transportadores de cargas e de passageiros.
Todavia, ao considerar apenas o combustível, estima-se que 1,072 bilhão de litros foram consumidos de forma desnecessária. O que ocasionou a emissão de aproximadamente 2,83 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Veja abaixo a lista com as piores estradas com mais de 500 km de extensão

Da redação do Diário do Acre, com informações de Andrea Ramos, do Estadão e Pesquisa CNT de Rodovias 2022.