Neste 07 de setembro, celebração dos 201 anos de Independência do Brasil, a redação do Diário do Acre publica a mensagem do S.A.I.R Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em alusão ao Dia da Pátria.
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Meus muito caros brasileiros,
Hoje, celebramos 201 anos desde o dia em que meu valoroso tetravô, o Imperador Dom Pedro I, às margens do Riacho do Ipiranga, em São Paulo, proferiu seu brado imortal de “Independência ou Morte!”, proclamando assim a emancipação política do Brasil em relação a Portugal.
Essa emancipação, longe de ter sido uma ruptura revolucionária, foi um corajoso ato contrarrevolucionário, pois o novo Império permaneceu unido no território, língua, cultura e, acima de tudo, na Fé que herdou da Pátria Mãe.
Em 1822, a Independência era necessária diante das investidas de uma instituição corrompida, as Cortes de Lisboa, liberais e revolucionárias, no sentido de subjugar o povo brasileiro e negar suas legítimas liberdades. Com tristeza, mas sem resignação, observo a funesta semelhança entre as instituições corrompidas do passado e as do presente.
O Brasil enfrenta a ameaça de uma ideologia nefasta, que busca – como já buscou fazer em nosso passado relativamente recente – afligir a Terra de Santa Cruz com os mesmos erros, torcionamentos e desventuras que atingem tantos outros povos nascidos da Civilização Cristã, ao tempo em que corajosas vozes discordantes são abafadas num clima de insegurança jurídica eivado de censura e autoritarismo cada vez menos disfarçados.
A solução para esses problemas está na retomada de nossas tradições, pois tradição e progresso não se repelem, mas se complementam harmonicamente. A tradição não é arcaica; pelo contrário, ela representa o acúmulo de ensinamentos transmitidos de geração em geração, conservando, ao longo dos séculos, conhecimentos, normas e práticas que formam a ordem civil estabelecida, no Ocidente, pelo Cristianismo.
Portanto, um progresso sólido só pode se basear em tradições igualmente sólidas. Assim como qualquer ramo científico não pode progredir sem estar alicerçado em conhecimentos já adquiridos, uma Nação como o Brasil não pode progredir de forma persistente e segura sem a Monarquia, plasmada pelo gênio nacional e comprovadamente adequada à nossa terra, diferentemente da República, copiada do estrangeiro e baseada em fórmulas políticas impessoais e abstratas, que tem prejudicado nosso País ao longo de 133 anos.
Como Chefe da Casa Imperial, depositário, pela legitimidade dinástica, das esperanças de Restauração do Brasil, e continuamente amparado pela inestimável contribuição dos demais membros da Família Imperial, de modo muito particular meus imediatos sucessores dinásticos, meu irmão Dom Antonio e meu sobrinho Dom Rafael, estou à inteira disposição do povo brasileiro para, assim como fez o grande Dom Pedro I, dedicar-me ao soerguimento e à grandeza – material, cultural e, acima de tudo, espiritual -de nossa Pátria amada.
Que para tal empreendimento, o Cristo Redentor do Corcovado, a cujo Sagrado Coração recentemente consagrei o Brasil, e Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nossa Rainha e Padroeira, nos abençoem com Seu providencial auxílio.
Viva o Brasil!
São Paulo, 7 de setembro de 2023