O mercado do boi gordo vive uma fase de ajustes, com cotações cada vez mais pressionadas. Após atingir um pico histórico de R$ 360/@ em novembro, o valor recuou para os atuais R$ 320/@ no estado de São Paulo, segundo dados da Scot Consultoria. A quarta-feira (11/12) foi marcada por nova queda de R$ 5/@ no preço do boi gordo comum, enquanto o boi-China, antes negociado com ágio, agora iguala o valor do mercado interno.
“A pressão está menos intensa, mas parece se aproximar de um piso em R$ 310/@ no mercado paulista”, analisam os especialistas da Agrifatto.
Mercado desacelera, mas incertezas persistem
O movimento de baixa perdeu força em relação à primeira semana de dezembro. Entretanto, a oferta elevada de animais terminados em confinamento e contratos a termo segue limitando qualquer reação significativa nas cotações. Esse cenário resultou em ajustes também nos contratos futuros, que chegaram a recuar 6% no final de novembro.
Ainda assim, o mercado futuro começou a dar sinais de recuperação. Na terça-feira (10/12), todos os contratos registraram alta pelo quarto dia consecutivo. O destaque foi o contrato de março/25, encerrando a R$ 305,55/@, com valorização de 1,63%.
Indústria reconsidera férias e mantém operações
As recentes quedas nos preços do gado abriram espaço para a redução no custo da carne bovina no varejo, o que impactou diretamente as estratégias das indústrias. Muitas reconsideraram paralisações e férias coletivas, mantendo operações, ainda que com alguma ociosidade.
Além disso, a recuperação das pastagens, impulsionada pelas chuvas, dá mais fôlego ao pecuarista para segurar os animais nas fazendas, aguardando melhores oportunidades de venda. Esse fator tem dificultado o avanço das escalas de abate, que permanecem estáveis, com atendimento médio de oito a nove dias.
Exportações enfraquecem no início de dezembro
A redução no volume exportado de carne bovina in natura também pesa sobre o mercado. Enquanto isso, a cautela toma conta das negociações, refletindo o equilíbrio frágil entre oferta e demanda.
Olhos atentos ao piso de R$ 300/@ no mercado do boi gordo
Os pecuaristas, organizados em associações e grupos, a união dos pecuaristas, deixam claro que “boi gordo a menos que R$ 300/@ é inaceitável”. O momento é decisivo, com a cadeia produtiva dividida entre segurar os preços ou aceitar as pressões da indústria.
A batalha por equilíbrio continua, enquanto o mercado observa com atenção cada movimento, seja na B3, nos confinamentos ou nos pastos.