Valterlucio Campelo: ‘Acre – Capital Humano e Competitividade’

Prosseguindo com a série dedicada a avaliação do governo do Acre nos últimos seis anos, mediante as publicações anuais de competitividade, pelo Centro de Liderança Política – CLP, trazemos hoje alguns dados e inferências relacionadas ao pilar Capital Humano, que no cômputo total tem valor de 8,2% em 2018 e 8,3% em 2024. Antes, publicamos análises relativas à Segurança Pública e Sustentabilidade social.

O capital humano é normalmente compreendido como o conjunto de conhecimentos, habilidades, competências, experiências e atributos de personalidade que os indivíduos possuem e que podem gerar valor econômico. Avaliado a nível estadual, é a soma do valor econômico das capacidades dos trabalhadores, de modo que pode muito bem servir como termo de comparação entre unidades territoriais, sendo o seu desenvolvimento uma boa medida de como os governos atuam na ativação deste critério fundamental, pois trata da qualificação da mão-de-obra, que é um dos principais problemas brasileiros.

Segundo o CLP, no pilar capital humano, foram considerados indicadores de qualificação dos trabalhadores (medido pelo número de anos de escolaridade e pela proporção de trabalhadores com ensino superior) e a relação com a produtividade (dada pela razão entre o PIB e a população ocupada).

Entre 2018 e 2024, o comportamento do Acre se deu como demonstrado na tabela abaixo.

Percebe-se que entre uma e outra avaliação, quatro novos indicadores foram integrados ao quadro geral, o que certamente alterou a percepção em cada uidade. De todo modo, é interessante perceber que o Acre sofre terrivelmente a incapacidade de geração de oportunidades para a juventude e tem muito baixa produtividade do trabalho, embora aumentado fortemente a PEA com ensino superior. Vale dizer, estamos gerando uma juventude de nível superior sem que lhes sejam oferecidas oportunidades de trabalho, com isso, segue baixa a produtividade do trabalho. Ainda assim, o Acre passou de 25º colocado para 16º em termos de capital humano no período.

A comparação em nível regional, ou seja, entre os estados do Norte, nos dão outra perspectiva de como cada unidade se moveu e, portanto, aumentou ou diminuiu a sua competitividade em termos de capital humano. Vejamos na tabela abaixo.

É notável como os estados da região Norte tiveram um desempenho que em 2024 os coloca em posições próximas, todas entre o 11º e o 18º colocados, ocupando assim as faixa intermediária, empurrando o Nordeste para o fim da fila. Consideremos que em 2028 os quatro critérios observados diziam respeito a termos mais objetivos, enquanto em 2024, com o alargamento da observação, a região se demonstrou mais homogênea.

Se o Acre resolver o gargalo da geração de emprego, especialmente para os jovens, seguramente se colocará entre os primeiros nos próximos anos. Este é, aliás, um ponto bastante observado entre os planejadores do Estado, porém com pouca efetividade no seu enfrentamento.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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