Valterlucio Campelo: ‘Acre – Potencial de Mercado e Ranking de Competitividade’

Prosseguindo com a série dedicada a avaliação do governo do Acre nos últimos seis anos, nos termos das publicações anuais de competitividade, pelo Centro de Liderança Pública – CLP, trazemos desta vez alguns dados e inferências relacionadas ao pilar Potencial de Mercado, que no cômputo geral do índice tem peso de 7,7% em 2018 e 8,7% em 2024. Anteriormente, publicamos análises relativas à Segurança Pública, Sustentabilidade social, Capital Humano e Sustentabilidade Ambiental.

Em poucas palavras, pode-se dizer que o potencial de mercado em um determinado território, se refere à receita máxima total que as empresas poderiam obter com a venda de seus produtos ou serviços dentro das suas fronteiras geográficas e econômicas, considerando a totalidade dos consumidores potenciais. Tratando-se de um Estado, ele representa o limite superior da demanda estadual, oferecendo uma visão do tamanho do mercado local e das oportunidades de crescimento disponíveis para as empresas que atuam ou desejam entrar nesse estado. Em 2018, o índice de competitividade utilizou apenas três indicadores, a saber: tamanho de mercado, taxa de crescimento do produto e crescimento potencial da força de trabalho. Em 2024, outros quatro indicadores foram considerados de modo a ampliar o escopo da pesquisa e revelar com mais adequação os resultados.

Na tabela abaixo, apresentamos a configuração do pilar para o Acre, e as notas de cada indicador nos relatórios de 2018 e 2024.

Excetuando-se o indicador “tamanho de mercado” que, obviamente, em vista da população residente, joga para baixo o volume e diversidade de mercadorias produzidas e consumidas nos menores estados, é de se considerar bastante relevante que o pilar aponte para o Acre a posição de 6º colocado em 2018, evoluindo ainda uma e indo à 5ª posição em 2024. Os estados do Pará e do Tocantins foram os primeiros colocados nos anos referidos. Curioso notar que, excetuando-se o tamanho do mercado, nenhum dos estados chamados “desenvolvidos” estiveram situados na primeira posição.

A comparação interestadual na região Norte, nos revela que os estados, mesmo com a nova estrutura do indicador, mantêm posições intermediárias, com destaque para o Tocantins que assumiu a primeira colocação. As exceções são o Pará e Rondônia que tiveram queda considerável, mas, mesmo assim, ainda estão distantes dos últimos colocados.

De fato, no que concerne à ação dos governos estaduais frente a questão do potencial do mercado, seus mecanismos são irrisórios, pois os indicadores pouco dependem da sua ação. A não ser que se leve em consideração o ambiente geral em que se desenvolvem as ações, o estímulo ao crescimento da economia, a formação da força de trabalho etc., que não são medidos objetivamente neste pilar. De todo modo, interessa para a apuração global, saber que em termos de potencial de mercado (vale 8,7% do total), o Acre se mostra adequadamente posicionado, o que aponta para a necessidade de uma governança que observe a direção correta do crescimento econômico e estimule efetivamente os setores mais aptos à dinamização.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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