Como sabemos, o ex-presidente Jair Bolsonaro está há 80 dias injustamente em prisão domiciliar, proibido de se comunicar com o exterior e tendo as visitas filtradas em malha fina pelo carrasco supremo. Some-se a isso o apedrejamento diário de todo o consórcio da velha mídia que em todos os programas arruma um jeito de noticiar ou de lembrar sua condição humilhante. O “presidiário, inelegível, golpista, extremista, negacionista…” não sai da boca dos apresentadores e comentaristas, como se o quisessem civilmente morto.
Como também sabemos, o “homem mais honesto do mundo” não desce do palanque e, entre uma e outra viagem solta uma “bondade” estabelecida com o couro que arranca do brasileiro. No aplauso eterno, até a novela se rendeu ao Lula da Silva, não importando a quebradeira e a derrocada já contratada para 2027.
Pois bem. Apesar desse quadro institucionalmente desequilibrado, vem nesta quinta-feira, 23/10, a CNN (cabo eleitoral do Lula) e divulga uma pesquisa da Futura/Apex, com resultados de fazer doer as partes pudendas do lulopetista mais sereno. Vejamos:
A APROVAÇÃO de Lula é de 40,7% com 53,8 de DESAPROVAÇÃO. Para quem ontem mesmo declarou que será candidato ao quarto mandato em 2026, a notícia é bem ruinzinha. Lá na Ásia, Lula deve estar pensando que o povo brasileiro é muito FDP. “Como essa gente pode desaprovar esse governo maravilhoso?”.
Na simulação para as eleições de 2026, mais uma pancada. Lula (41,3%) perde para Jair Bolsonaro (46,9%). Perde também para Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Na margem de erro, empata com Caiado e Zema. Considerando que os votos de Lula são mais rígidos e está em permanente campanha desde 2021, pode-se dizer que Lula perde para qualquer um dos cinco. Pena que não colocaram o Eduardo Bolsonaro na pesquisa.
E então? Que resposta se pode dar ao Lula injuriado da Silva? Arrisco dizer que Lula, embora tenha do STF politizado e do Congresso acadelado todos os favores, não fez por onde o povo esquecer sua etiqueta de ladrão por onde passa, fala do palanque eterno para as mesmas pessoas dizendo as mesmas coisas e fazendo as mesmas promessas, tem um ministério de puxa-sacos da mesma espécie de antes, se relaciona com o congresso pelos mesmos expedientes (compra de votos).
Em outras palavras, se pode afirmar que Lula da Silva envelheceu sem atualizar minimamente o seu discurso, nem os usos nem os costumes. É o mesmo de quando tinha cabelos pretos e se esfregava nas galegas do sindicato (segundo o próprio). Não engana mais ninguém que já não tenha enganado em 2022, sobra, portanto, a decepção de setores mais ao centro que se veem acossados pela inflação e pelos impostos crescentes no lombo da classe média. Suas “bondades” são dirigidas aos mesmos, então de fato não soma, apenas gera desconfiança em outros setores. Sua verborragia é mofada, sua linguagem não atinge os jovens. Mesmo aquele programa compra-votos no pé de meia chove no molhado, digo compra o já comprado.
Sendo assim, não adianta gastar milhões com influencers, bilhões com Rouanet e seus fregueses, bilhões com a mídia, trocar de assessoria, dar uma de patriota sem nunca ter sido e não tirar o Bolsonaro da boca. O governo é ruim, não entrega, não oferece segurança jurídica, os dados do IBGE não batem com a realidade, as facções criminosas já comandam um quarto do território, os escândalos são rotineiros e, enfim, um governo não vive apenas de ataque ao Bolsonaro e seus aliados.
Do outro lado, digo, dos adversários na pesquisa para 2026, note-se que além do Jair, os próximos dois a vencerem o Lula são sua esposa e o governador de São Paulo. Vale dizer, o fantasma de Lula é bolsonarista. Apesar de toda a injustiça praticada contra Bolsonaro, patenteada no último voto do ministro Luiz Fux, os eleitores, vejam só, preferem o “inelegível”, querem-no de volta, percebem que sua condição atual foi criada como narrativa para sustentar a draga esquerdizante.
Por estes dias, Lula apostou fichas valiosas num patriotismo de araque, forjando uma versão imbecil de que Eduardo Bolsonaro fez a cabeça de Donald Trump, aquele menino besta que uma hora enquadra a Índia, outra hora põe a Rússia de castigo e, quando quer, dá umas palmadas no Irã. Parece que o povo não comprou essa patacoada.
Há tempo para matar o “Bolsonarismo”? Nem matando o próprio, eu diria. Para isso acontecer seria preciso que o que dizem dele fosse verdade, mas não é, embora tenham se esforçado neste sentido todos os poderes da república. Em tempos de mídia social ainda livre, os eleitores não compram a versão da grande imprensa. Se depois de 34 meses, toda essa torrente de decisões e notícias não conseguiu criminalizar verdadeiramente o Bolsonaro, não será com ele martirizado que acontecerá.
Não quero dar ideia a maluco, mas seria mais proveitoso para o lulopetismo, incluindo o supremo lulopetismo, arquivar tudo e libertar todos com um pedido de desculpas, talvez assim pudessem criar uma imagem de magnanimidade. A manter essa situação até o próximo ano, quando o voto será consolidado, os adversários de Bolsonaro passarão maus momentos perante o eleitor, que não gosta de vingança. E nem estou contando com certas manifestações do outro hemisfério que poderão dar um empurrão para baixo na baixíssima moral lulopetista.
Valterlucio Bessa Campelo escreve semanalmente nos sites AC24HORAS, DIÁRIO DO ACRE, ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites. Seu último livro, “Arquipélago do Breve”, encontra-se à venda através de suas redes sociais e do e-mail valbcampelo@gmail.com.






