Dou um tempo no tema da anistia dos manifestantes de 08 de janeiro, injustamente transformados em presos políticos no Brasil, para examinar um aspecto muito importante para o desenvolvimento do Acre (não sei se as autoridades da área o acompanham), que é o comportamento dos estados em relação à competitividade. Este é o alvo do Centro de Liderança Pública – CLP, que realiza um estudo de excelência, observando através de 10 pilares, 99 indicadores que, ao cabo, mediante pesos específicos aplicados a cada um, resultam em um ranking nacional de competitividade. Tentarei em uma série de artigos, exclusivamente aqui no Diário do Acre, analisar para os leitores os dados e conclusões dos relatórios divulgados pela entidade.
Em primeiro lugar, vejamos globalmente o ranking apurado no relatório. A figura abaixo informa o ranking, com destaque para o estado do Espírito Santo que subiu 4 posições entre 2023 e 2024. O Acre ganhou 2 posições e saiu da última para a 25ª colocação.

Para iniciar o entendimento, é importante saber quais os critérios (pilares) em que o estudo se baseou para pontuar cada unidade da federação. São eles: Infraestrutura; Sustentabilidade Social; Segurança Pública; Educação; Solidez Fiscal; Eficiência da Máquina Pública; Capital Humano; Sustentabilidade Ambiental; Potencial de Mercado e Inovação. Ou seja, dependendo do comportamento do Acre (nosso foco) nesses temas, ele se posicionará no ranking. Vê-se, portanto, que o Acre está em 25º, ganhando apenas de outros dois pequenos estados, Amapá e Roraima.
Vistos os critérios, é fácil perceber que se trata de respostas dadas pelo setor público. Ou seja, cada um dos 10 pilares tem a ver com a atuação do estado, o que significa um forte indicador da qualidade de sua governança. Sabendo que o grau de competitividade traduz o nível de oferta dos bens e serviços pelo setor público, interessa saber o peso de cada um no índice geral, de modo a avaliar ponto a ponto essa distribuição de notas.
Então, o CLP definiu seus critérios a partir de 99 indicadores, os quais compõem o quadro geral de investigações e dão o peso final de cada um. Assim, o pilar Infraestrutura, por exemplo agrupou 10 indicadores como abaixo e, no total tem peso de 11,65 do índice total (100).

Na figura abaixo temos a composição do índice total com o peso de cada pilar, o que oferece uma visão bastante adequada de como o CLP distribuiu a competitividade dos Estados. O pilar de maior pontuação é a segurança pública e o de menor é a inovação. Sem maiores aprofundamentos teóricos, a mim parece bastante razoável e oferece excelentes elementos de análise, o que faremos pilar a pilar nos próximos dias.

A ideia é a cada dois dias publicar a análise de um dos pilares, com foco no Acre, agregando tanto quanto possível, uma visão própria, a partir da minha experiência no estado e das questões do desenvolvimento regional às quais dedico trabalho e estudos há décadas.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.