Valterlucio Campelo: ‘O Brasil está na moda no mundo? Está’

Para o título deste texto, tomo emprestado uma frase atribuída ao ex-prefeito-governador-senador Jorge Viana, atualmente à frente da Agência de Promoção às Exportações – APEX, e anunciado pré-candidato ao Senado pelo Acre. Sua intenção, certamente era chamar a atenção para a visibilidade dos produtos brasileiros no mercado global.

É bem verdade que estamos na vitrine, mas, porém, contudo, todavia, não pelos motivos a que se refere o ilustre acreano. Embora na entrevista à CNN ele tenha caprichado nos números na tentativa de turbinar a administração petista, obviamente se colocando na fita como protagonista, a frase é perfeitamente aplicável em outro sentido que o autor certamente não leva em conta.

O Brasil está na moda no mundo como aliado da Rússia na guerra contra a Ucrânia, vendendo petróleo para os invasores e, com isso, arriscando-se a tomar severas sanções econômicas do mundo ocidental.

O Brasil está na moda no mundo como apoiador do terrorismo do Hamas, que deu causa à ação definitiva do Estado de Israel em uma guerra preventiva, já que para os palestinos representados pelo Hamas, Israel tem que ser banido da face da terra.

O Brasil está na moda no mundo como apoiador do Irã que insiste em seu programa nuclear com objetivo de produzir a bomba atômica e, a partir daí, ameaçar o Estado de Israel e a paz mundial. Onde tem ditador, Lula põe o Brasil na vitrine.

O Brasil está na moda no mundo por causa de sua aproximação com a ditadura chinesa, às custas do afastamento dos princípios básicos da democracia liberal que, em discurso recente, Lula declarou ultrapassados. Só se pode beijar a mão de Xi Jimping de costas para os EUA e o Ocidente.

O Brasil está na moda no mundo como aliado do narcotráfico, a partir de suas relações íntimas com o maior narcotraficante – Nicolás Maduro, que, aliás, consta como procurado internacionalmente, com recompensa milionária por sua captura. Além disso, protege as organizações criminosas nacionais contra a sua creditação como terroristas.

O Brasil está na moda no mundo como aquele cuja Corte Suprema, vergonhosamente, tem oito ministros sancionados pelos EUA com perda de visto e, um deles, Alexandre de Moraes, sancionado globalmente na Lei Magnitisky como violador dos direitos humanos.

O Brasil está na moda no mundo como aquele que promove uma legislação de limitação extravagante da liberdade de expressão, inclusive colocando em xeque o funcionamento das plataformas mundiais de mídia social. A CENSURA modelito Brasil está na vitrine.

O Brasil está na moda no mundo como o país que mereceu dos EUA a maior tarifa (50%), sobre produtos exportados para aquele país, embora de última hora a tarifação tenha sido amenizada por demanda dos importadores americanos.

O Brasil está na moda no mundo como aquele que prepara a COP mais fracassada da história, com várias ausências já anunciadas em vista da péssima organização e dos preços escorchantes dos hotéis, sem contar os casos de corrupção já denunciados.

Enfim, o Brasil está na moda mesmo, mas por horrorosos motivos. Embora o insuspeito acreano se proclame como “aquele que botou o Brasil na vitrine do mundo” (ideia implícita em sua declaração), o fato é que a nossa nação está sendo porcamente vendida para o mundo civilizado, por seu presidente e sócios no comando das alavancas políticas como uma ditadura em construção aos moldes venezuelanos.

O Brasil tem e sempre terá relevância no mercado global, especialmente porque dispõe de grandes reservas para atendimento de praticamente todas as demandas do futuro próximo, seja em alimentos, terras, minérios etc. O que não temos é um governo democrático que, ao invés de esfolar o contribuinte e gastar desmedidamente gerando déficits, endividamento, e produzindo contingentes de miseráveis pendurados nas bondades públicas, promova a exploração de todo nosso potencial econômico. Somos hoje uma locomotiva desgovernada sobre trilhos cujo rumo não conhecemos adequadamente.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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