Vi o vereador João Marcos apenas duas vezes em toda a minha vida, não conversei nenhuma, logo, não tenho vínculos pessoais ou preferências que de alguma forma me façam aderir ao seu projeto por outras razões além da minha convicção. Refiro-me, claro, ao Projeto de Lei que o mesmo apresentou à Câmara dos Vereadores de Rio Branco, para impedir a presença de crianças nas manifestações dos LGBT+ que, disfarçada de luta pela diversidade, se transformou nos últimos anos em festa dos mesmos, na qualtoda sorte de exibicionismo, nudezas e simulações, para dizer o mínimo, se realiza sob os olhares dos presentes. Por respeito ao leitor, deixo de mostrar certas imagens impróprias flagradas em outras cidades.
Como disse o próprio vereador em entrevistas recentes, não se trata de interpor à manifestação qualquer óbice, mas de resguardar, por precaução, as crianças, de eventuais ou certos exageros cometidos que sejam potencialmente ofensivas às crianças. Nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, o comemorado ECA, essa é uma função do Estado.
Como não poderia deixar de ser, por tratar de um grupo com amplo apoio e acesso às mídias, o PL do vereador tomou ares de polêmica. A comunidade LGBT+ reagiu como se a intenção do vereador fosse de algum modo prejudicar a manifestação, o que é vazio, posto que não trata do evento, de sua organização, de seus membros, de local, da hora, de limites comportamentais, nada. Trata o vereador João Marcos de impor aos pais e responsáveis, o cuidado de preservar seus filhos de eventuais comportamentos públicos que de algum modo possam significar desconforto emocional ou psicológico às crianças. Só.
Aliada de primeira hora de toda pauta progressista, independentemente do mérito, bastando para isso seguir o assobio do líder da manada, a imprensa também caiu de pau no projeto do vereador. Em suas mensagens diárias, a proposta é dada como preconceituosa, oportunista, religiosa, homofóbica, o escambau, menos que cuidadosa com as crianças. O vereador vem sofrendo uma saraivada de ataques.
Não bastasse a imprensa e os manifestantes quererem esfolar o vereador João Marcos, também o MP se insurge contra o PL, fazendo extravagante recomendação à Câmara dos Vereadores para que NÃO APROVE o projeto. O vereador tem agora que enfrentar além da imprensa, da comunidade LGBT e dos colegas contrários, também o MP que se deu a incumbência de bedel do parlamento. Certamente, doravante, exonere-se a Procuradoria da Casa, a CCJ e apenas consulte-se o MP para saber se este ou aquele projeto é cabível. Parece que o STF está fazendo escola de ativismo.
Sabe quem não foi consultado pela imprensa nem por ninguém? Não houve nem uma enquete com pais e mães que, em sua maioria, certamente não querem seus filhos expostos a uma manifestação sobre tema que, pelo menos por enquanto, não faz parte de suas prioridades.
Tudo isso leva a crer que os brasileiros, diretamente ou através de seus representantes políticos, aqueles nos quais votamos e detém o nosso mandato, estamos cada vez mais sendo levados pelo politicamente correto avassalador quando a serviço da agenda Woke e, por outro lado, pela justiça militante sempre pronta a fazer hora extra em benefício da esquerda progressista.
Se depender do andar galopante dessa carruagem, os conservadores, pais e mães zelosos pelo que acessam suas crianças, cientes das ameaças e induzimentos a que elas se expõem quando levadas além dos limites etários, estão ferrados, terão que sucumbir de pronto, sem direito à contestação a mandados que passam por cima de Leis e dos parlamentos. Uma boa matéria a respeito pode ser vista AQUI. Que mundo estamos construindo!? Está na hora de recuar.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com