Valterlucio Campelo: ‘Tagliaferro entrega Moraes – um dia histórico no Senado’

Nesta quarta-feira, dia 2 de setembro de 2025, enquanto no STF se desenvolve a pantomima do julgamento de sentença pronta, de um crime não cometido, Eduardo Tagliaferro fez um depoimento estarrecedor à Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Participando por videoconferência diretamente da Itália, onde reside atualmente, Tagliaferro, fez acusações assombrosas contra seu ex-chefe, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E apresentou provas com a autoridade de quem trabalhou diretamente no gabinete do Moraes.

As principais denúncias feitas por Tagliaferro podem ser resumidas no seguinte:

  • Alegou que buscas contra empresários bolsonaristas, como Luciano Hang, foram ordenadas por Moraes com base apenas em uma reportagem jornalística, sem respaldo legal na época. Todos lembramos que o empresário tinha um papel importante como apoiador do presidente.
  • Disse que a fundamentação jurídica da operação foi criada cinco dias depois, com data retroativa, o que ele classificou como fraude processual. Veja só. O juiz primeiro determina uma operação drástica e, depois, vai ver por que raios deu a ordem.
  • Afirmou que existia um gabinete paralelo na Justiça Eleitoral, atuando como “polícia política”, com ações como perseguição a opositores, derrubada de perfis em redes sociais e fabricação de provas. É algo escabroso, digno de filmes de mafiosos inseridos na justiça. Para atingir o alvo, o responsável age por fora da lei, produz fatos e indícios para depois incorporar o processo. Defesa e transparência SIFU.
  • Declarou que os documentos que possui indicam que as eleições de 2022 teriam sido manipuladas, com comemorações internas por parte de servidores do TSE. Essa é praticamente uma obviedade, percebida por qualquer observador intelectualmente honesto.
  • Disse que os processos relacionados ao 8 de janeiro são “completamente ilegais”, pois se baseiam em provas viciadas. Essa é apenas uma pequena conclusão. O processo é viciado desde a desobediência ao devido processo legal e interpretação tirânica sobre um crime impossível.

“Coincidentemente”, durante seu depoimento, o canal de YouTube de Tagliaferro foi retirado do ar, o que muitos interpretaram como um ato de censura e intimidação, supostamente ligado à atuação de Moraes. A quem interessaria “apagar” a fala do denunciante?

Tagliaferro submeteu os documentos a perícia independente e os colocou à disposição da Comissão e de uma eventual CPI. O deputado Zucco (PL-RS) classificou as revelações como alarmantes e defendeu a suspensão dos julgamentos derivados do 8 de janeiro. As declarações de Eduardo Tagliaferro ao Senado hoje têm potencial bombástico no campo jurídico e institucional, pois envolve acusações contra o ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou um relatório que será enviado ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, solicitando a suspensão do julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus envolvidos nos processos sobre tentativa de golpe de Estado. A justificativa é que as provas utilizadas nesses processos seriam “viciadas” ou “fabricadas”, segundo Tagliaferro. Ele tem provas do que afirmou.

Como ainda não foi julgado, o relatório, mesmo parcial, será disponibilizado às defesas dos réus dos atos de 8 de janeiro, que poderão usá-lo como base para pedidos de nulidade processual, alegando que os processos foram construídos sobre provas ilegais ou manipuladas.

Além disso, o relatório também será de provas junto ao governo dos Estados Unidos e outras entidades internacionais, inclusive de direitos civis, como forma de denunciar supostas violações de direitos humanos por parte de autoridades brasileiras. Isso pode gerar repercussões diplomáticas e pressão externa por investigações independentes.

No conjunto, o material produzido no Senado poderá levar à anulação do processo em julgamento no STF e a investigações contra autoridades brasileiras. Politicamente, reforça o pedido de impeachment de Moraes, e de ANISTIA aos manifestantes de 08 de janeiro.

É claro que nos tempos que vivemos, sob uma ditadura judicial sob as ventas de um parlamento avassalado, também pode acontecer… NADA. Afinal, há uma parte da população, embora minoritária, que bebe na bacia da junta governativa formada por Lula-Moraes mediada pela imprensa acadelada, aquela mesma que fica dia sim dia também justificando o autoritarismo e a perseguição de inocentes, às vezes sob pretexto de combater extremismos fantasiosos. Teremos que aguardar para vermos o prosseguimento das ações e as reações dos ditadores. De todo modo, ficou ainda mais patente no dia de hoje que um poder viciado e ilegítimo está instalado em nosso país. Não enxergam isso os idiotas e sabujos de toda espécie.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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