Em diversas partes do país, os protestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já duram nove dias e, em São Paulo, manifestantes seguem em vigília em frente ao quartel-general do Comando Militar do Sudeste. O deputado Marcel Van Hattem (Novo) defendeu as manifestações e fez duras críticas ao papel do Judiciário nas eleições de 2022.
“Eu não tenho dúvidas de que, neste momento, vivemos em uma espécie de Estado de exceção. Por causa da exceção às regras feitas no artigo constitucional 53 e tantas outras que se estão criando. Vemos uma corte legislando no nosso país (…) O que eu senti falta, durante todo esse mandato, e isso é de responsabilidade também do governo Bolsonaro, é de articulação das pessoas que estão à direita, ao centro ou até mesmo à esquerda, mas não querem ver censura, para fazer alguma coisa na tribuna e fazer alguma coisa dentro dos meios institucionais”.
“Algo que está faltando bastante na cobertura da mídia brasileira, que também em larga escala e infelizmente tem se silenciado diante das posturas autoritárias que vimos emanadas do Tribunal Superior Eleitoral, em particular, mas também do Supremo Tribunal Federal que está dando guarida a muitas destas medidas que estão calando os brasileiros que questionam. Perguntar não ofende, aliás, perguntar é direito de todo cidadão que quer um país melhor em relação aquilo que os representantes das instituições fazem. No meu caso, por exemplo, é absolutamente legítimo que um eleitor me questione e faça perguntas. Isso vale para todos os poderes. Vale para o Judiciário, vale para o Executivo. Jornalista tem que fazer pergunta, cidadão tem que fazer pergunta. E, infelizmente, até quem pergunta está sendo calado e censurado. Isso é muito grave. Infelizmente, a Câmara tem grande parte nesse processo todo. Em uma série de possibilidades a Câmara não se posicionou corretamente”, criticou o deputado.