O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem a erro”. (Efésios 4:14-15).
No texto acima transcrito, da Carta de São Paulo aos Efésios, o Apóstolo nos adverte para que sejamos cautelosos no que diz respeito ao Magistério da Santa Igreja Católica. Como católicos temos o dever de saber discernir o que nos é apresentado como doutrina – se é autêntica – e se nos serve ou nos desvia dos nossos objetivos da perfeição. “Sede perfeito como Deus é perfeito”.
Em outras palavras, é um chamado para um crescimento espiritual e moral, e não para uma perfeição meramente humana e impossível. Um projeto político, por mais perfeito que seja, com alto grau de civilidade, não nos proporciona a perfeição. E o socialismo real, ao contrário do que se apregoava, como se fora um paraíso terrestre, só nos trouxe ditaduras e mortes. Milhões de mortes.
Continuo lendo o livro “Jesus Militante”, de Frei Betto, mas não porque seja seu seguidor. Leio de forma crítica, sabendo que sua teologia envelopa um projeto socialista, fazendo uso da mensagem Evangélica. É a teologia que já foi condenada pela Igreja Católica, e que seus próprios adeptos a denominam de “Teologia da Libertação”, que ao fim e ao cabo, é um “salva vidas de chumbo para os pobres”.
Em artigo anterior já destaquei que o Frei Betto, no livro acima citado, deixa bem claro que o projeto de Jesus não era transcendente. Com ele (projeto), Jesus não buscava o “Reino de Deus” na eternidade. Mas, aqui e agora. Apenas um projeto (político) civilizatório.
O homem como sacerdote da família se extrai da própria Bíblia. As escrituras ensinam que o crente exerce um sacerdócio, sendo chamado a liderar a família, a orar e a ensiná-la sobre os caminhos de Deus. Deve ser o exemplo de vida para sua família, guiando-a com amor e sabedoria. Não sou teólogo, mas se pode extrair a conclusão acima do Livro de Josué: “… eu e minha família seguiremos ao Senhor”.
De forma muita explícita, no livro “Jesus Militante”, e como teólogo da libertação, Frei Betto deixa claro o que seja o projeto de Jesus: “Ora, Jesus nasceu no reino de Herodes e viveu no reino de César. Tanto Herodes quanto o imperador romano se consideravam portadores de atributos divinos. Jesus se contrapôs aos reinos deles. Passou a anunciar outro reino possível – o de Deus! Proposta política revestida de linguagem religiosa, como era próprio no contexto em que vivia”.
Não posso concordar, e como São Paulo nos adverte, me imponho o dever de saber se essa literatura é útil para a educação que devo transmitir aos meus filhos (Cristã), bem como me imponho o dever de aconselhar quem me pede opinião sobre essa “teologia da libertação”. Repito, não sou teólogo, mas posso separar o joio do trigo. Com certeza, dou-me conta de que o que propõe o autor do livro “Jesus Militante” é apenas um projeto socialista.
No capítulo sexto do livro, em que li marcando as ideias, destaquei algumas interpretações do Evangelho de Marcos, que nos causa estarrecimento. Transcrevo algumas dessas interpretações feitas pelo “teólogo da libertação”, Frei Betto, obra que foi muito elogiada pelo Senador Randolph Rodrigues, que já foi do Psol, partido de extrema esquerda, e hoje é do Partido dos Trabalhadores (PT).
O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854, na bula “Ineffabilis Deus”, que atesta e proclama que a Virgem Maria foi preservada do pecado original. É o dogma da imaculada conceição de Maria.
Num comentário feito pelo autor do livro sobre a Virgem Maria, pode se deduzir que ele não extrai do texto a conclusão da virgindade da Mãe de Deus. Eis o que disse: “O que Jesus disse naquele dia impressionou seus vizinhos, que não lhe davam muito valor. Talvez por ser filho de um operário da construção civil com uma camponesa. Aliás, Marcos registra que Ele era “filho de Maria”, sem se preocupar se ela era ou não virgem”. Aqui prefiro ficar com o Magistério da Igreja, do que lançar uma dúvida sobre o dogma da Imaculada Conceição.
No texto em seguida transcrito, Frei Betto deixa claro que é um revolucionário (politico), e que continua acreditando que a transformação da sociedade deve se dar de forma política, e não pelo abandono do pecado, que é a mensagem redentora de Jesus. Disse o teólogo da libertação: “Na prisão, eu e outros companheiros e companheiras fizemos autocrítica quanto à nossa forma de atuar antes da queda. Tínhamos teorias (revolucionárias), recursos (obtidos de expropriações bancárias), armas (tomadas das forças de segurança) e coragem, muita coragem. (…) Deixei a prisão convicto de que o mais importante era mergulhar no trabalho de base”.
E de fato Frei Betto deu uma grande contribuição à formação das comunidades eclesiais de base. Escreveu muito sobre esse tema. Por exemplo, “CEBs, rumo à nova sociedade”. São Paulo: Paulinas 2ª edição, 1983 e “O que é Comunidade Eclesial de Base”. São Paulo: Brasiliense, 5ª edição, 1985. Isto é, passou a ser um militante da teologia da libertação. Lula atribui suas vitórias à teologia da libertação. Frei Betto esteve sempre militando em favor de um projeto político ao longo dos anos (um projeto socialista).
As pessoas de esquerda têm um sentido de direção muito grande. Sabem com clareza onde querem chegar (socialismo). Eu disse anteriormente que o Senador Randolph Rodrigues elogiou a trilogia de Frei Betto (Jesus Militante, Jesus Rebelde e Jesus Revolucionário). De igual forma, Frei Betto elogia Paulo Frei e sua “obra” “Pedagogia do Oprimido”; que não tem nada de pedagoga, mas que é uma proposta política de doutrinação política dos estudantes, e que levou o Brasil a obter as piores avaliações em exames internacionais. Mas, entre eles, socialistas, não divergem. Sobre Paulo Freire disse: “A pedagogia de Jesus com certeza inspirou o educador Paulo Freire, que era cristão e adepto da Teologia da Libertação”.
Nesse sexto capítulo, há várias passagens em que Frei Betto põe em dúvida os milagres de Jesus. Transcrevo apenas uma delas (dúvidas), a título de conclusão. Refiro-me ao milagre de Jesus ter andado sobre as águas. Disse Frei Betto: “E caminhou ao encontro deles. Possivelmente o fez por uma área do lago que dava pé. O que gerou nos discípulos, tomados de cansaço e sonolência, a impressão de que o Mestre caminhava sobre águas”.
A trilogia de Frei Betto deve ser lida; lida com espírito crítico, para convencimento de que é um projeto político socialista. Ninguém vai adquirir virtudes morais e espirituais lendo a teologia da libertação. Vai se tornar um militante político de esquerda.
Chico Mendes, para Frei Betto, lutou pelo Reino. Extraio também essa conclusão do livro do referido teólogo. Todo militante (de esquerda), a exemplo de Chico Mendes, morreu lutando pelo “Reino de Deus”. O que me espanta, na obra lida, é que só se considera militante na luta pelo “Reino” se for de esquerda. Quem for de direita jamais lutará pelo “Reino de Deus”, na concepção da obra citada.
No devido tempo, depois de convictos da obra redentora de Jesus, recomendarei aos meus filhos que leiam a teologia da libertação, mas sabendo que não tem caráter espiritual, e que é apenas uma proposta para se chegar ao socialismo, induzindo o Católico a um erro, ou seja, chega-se ao “Reino de Deus” (diz a teologia da libertação), como militante de esquerda.
Leia o artigo anterior: Valdir Perazzo associa teologia da libertação a projeto de poder socialista