Com crescimento superior a 146% no VBP e reconhecimento nacional, o Acre consolida sua força na produção de café robusta amazônico impulsionado por incentivos do governo e dedicação dos produtores.
O Acre vem ganhando protagonismo no cenário nacional da cafeicultura graças à combinação entre cafés de alta qualidade, preservação ambiental e políticas públicas que fortalecem o setor. Entre 2018 e 2024, o Valor Bruto de Produção (VBP) do café no estado cresceu 146,6%, saltando de R$ 26,4 milhões para R$ 65,1 milhões, segundo dados do Ministério da Agricultura (Mapa), Conab, IBGE e secretarias estaduais. É um avanço que reflete tanto o potencial da terra quanto o empenho dos produtores locais.
Esse crescimento coloca o Acre como o segundo maior produtor de café da Região Norte, atrás apenas de Rondônia, e o décimo maior do país. A produção é baseada no café canéfora (robusta), variedade que tem se adaptado de forma excepcional ao clima amazônico. A região do Baixo Acre, sobretudo Acrelândia, concentra as maiores áreas plantadas, enquanto o Vale do Juruá também se destaca com o fortalecimento da Coopercafé e do Complexo Industrial do Café do Acre, inaugurado em Mâncio Lima.
O avanço da cafeicultura vem impactando diretamente a economia e a vida no campo. A Secretaria de Agricultura (Seagri) estima que o setor gere cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos, abrangendo desde a produção de mudas até o beneficiamento. Entre os exemplos desse desenvolvimento está o produtor Bruno Oliveira, de Mâncio Lima, que iniciou seu trabalho em 2018 e, inspirado por professores e políticas de incentivo, criou um viveiro credenciado e depois uma indústria própria, consolidando a marca Vô Raimundo.
A trajetória de Bruno simboliza a transformação que o café tem promovido no estado. Seu produto alcançou 83,8 pontos e ficou entre os destaques no Qualicafé, além de integrá-lo à comitiva que representou o Acre em eventos internacionais e na Semana Internacional do Café. Para ele, o café deixou de ser apenas uma cultura agrícola e se tornou o sustento e o propósito da família.
O governo do Acre tem contribuído de forma decisiva para esse avanço. Por meio da Seagri, diversas ações foram implementadas para qualificar e valorizar os grãos produzidos no estado. O Qualicafé, já em sua 3ª edição, tem incentivado a busca por cafés de excelência. Em parceria com o Sebrae, produtores têm participado pelo segundo ano consecutivo da SIC, em Belo Horizonte, ampliando visibilidade e oportunidades para o café acreano.
Os resultados dos investimentos vêm aparecendo: no concurso Coffee of the Year 2025, quatro produtores do Acre ficaram entre os 30 melhores do Brasil, e dois chegaram ao grupo dos 15 finalistas — um marco para um estado que ainda se consolida na cafeicultura nacional. Tanto o secretário de Agricultura, Luís Tchê, quanto a coordenadora de Cafeicultura da Seagri, Michelma Lima, destacam que esse avanço é fruto de um conjunto de esforços entre governo, instituições e, principalmente, os produtores.
A cafeicultura acreana também se fortalece pela sustentabilidade: os robustas amazônicos são cultivados em harmonia com a floresta, com o estado preservando 84% de sua cobertura florestal. Desde o início da gestão Gladson Cameli, a produção de café cresceu 56%, demonstrando que o setor não apenas gera renda e emprego, mas também se tornou uma das principais apostas para o futuro econômico do Acre.



