Advogado suspeito de chefiar quadrilha que roubava gado usa tornozeleira eletrônica após ser solto

O advogado e membro do conselho da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB-AC), Ismael Tavares, preso em fevereiro durante a Operação Boi de Ouro, que investiga furto de animais no estado, é monitorado por tornozeleira eletrônica desde abril.

O advogado e Paulo Ferreira da Silva, também investigado no processo, ganharam a liberdade em março.

Cerca de 15 pessoas foram presas na ação, entre elas Ismael Tavares, que seria uma das lideranças da quadrilha. Conforme as investigações, o advogado coordenava parte do grupo, que é muito grande e formado por várias células.

Segundo a polícia, ele tinha um caminhão que era usado em vários desses furtos. Ainda conforme a polícia, só na véspera de Natal de 2021, 120 animais sem procedência foram apresentados na delegacia da cidade de Acrelândia, no interior do Acre.

Ismael Tavares é bastante conhecido em Rio Branco e tinha, inclusive, uma coluna em um site local que falava sobre o cotidiano. Na coluna ele se descrevia como “advogado, escritor de cotidiano e acreano de vida simples, que anseia por dias melhores”. Ele também foi candidato ao cargo de vereador nas Eleições 2020 pelo Podemos.

Ao g1, a advogado de Tavares, Samara Sarkis, disse que a Justiça concedeu liberdade e determinou o uso de tornozeleira eletrônica também para Paulo Ferreira da Silva. Segundo a defesa, ainda não houve denúncia contra os investigados.

“Foi deferida a liminar em dois habeas corpus, responde a dois processos e foi deferida a liminar. Ele tem que cumprir outras medidas cautelares, nada de diferente dos demais. Ainda não há denúncia em nenhum processo, estamos aguardando o fechamento do inquérito ainda”, explicou.

A OAB-AC chegou a apurar a conduta do advogado em fevereiro. Quatro representantes da OAB-AC foram encarregados de garantir a manutenção e defesa das prerrogativas dos profissionais alvos da ação policial.

Prisões

Além do advogado, a operação teve como alvo também pecuaristas e empresários suspeitos de integrarem uma quadrilha de furto de gado no interior do Acre. Foram 40 mandados judiciais, entre prisões, buscas e apreensões e sequestros de bens nas cidades acreanas de Acrelândia, Senador Guiomard, Rio Branco, Porto Acre e Manoel Urbano, Plácido de Castro.

As investigações começaram há cerca de um ano e meio. O grupo é investigado pelos crimes de formação de quadrilha, abigeato (furto de animais), lavagem de dinheiro, ameaça e enriquecimento ilícito. Ainda segundo a polícia, o gado furtado pela quadrilha era transportado para o estado do Amazonas.

Essa foi a primeira fase da operação e outras ações devem ser deflagradas no decorrer das apurações.

Da redação do Diário do Acre, com informações de Aline Nascimento, do g1 AC

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