A decisão do Carrefour de interromper a compra de carnes de países do Mercosul, incluindo o Brasil, provocou forte reação entre produtores rurais e entidades do agronegócio. No Acre, a indignação se espalhou rapidamente, levando lideranças do setor a convocarem um boicote ao Atacadão, rede de atacarejo pertencente ao grupo Carrefour.
Polêmica: A medida foi anunciada nesta quarta-feira (20/11) pelo CEO da gigante varejista, Alexandre Bompard, como um gesto de solidariedade aos agricultores franceses, alegando que as importações prejudicam a produção local.
No estado acreano, onde a agropecuária é um dos pilares econômicos, a repercussão foi imediata. Produtores veem a atitude do Carrefour como um ataque direto à produção sustentável e responsável da região, que há anos busca atender aos mais altos padrões de qualidade exigidos pelos mercados internacionais. “Quem respeita o produtor brasileiro não deve comprar no Atacadão!”, afirmou um produtor acreano ao Diário do Acre, reforçando o apelo para que a população priorize negócios que valorizem o agro nacional.
Entidades nacionais, como a CNA e a ABIEC, também emitiram uma nota conjunta em repúdio à decisão do Carrefour, destacando o compromisso do agronegócio brasileiro com a segurança alimentar global. Para os líderes do setor, a suspensão das compras de carne do Mercosul é incoerente, já que a produção da região abastece mercados rigorosos como Estados Unidos, União Europeia, China e Japão.
“Se o Mercosul não serve para o mercado francês, também não deveria servir para outros mercados do Carrefour”, diz um trecho da nota das entidades nacionais, amplamente compartilhada entre produtores.