Campo Futuro apresenta diagnóstico da pecuária de corte no Acre

Na última segunda-feira, 28 de julho, o Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, sediou o primeiro encontro do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro, durante as atividades da Expoacre 2025. Voltado à análise de custos e desafios da pecuária de corte, o evento reuniu produtores, técnicos, consultores, representantes de instituições e estudantes em um momento estratégico para o setor agropecuário regional.

O Campo Futuro é uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), universidades e centros de pesquisa. O projeto realiza um levantamento detalhado dos custos de produção agropecuária no país, a partir de dados reais das propriedades rurais, e tem como objetivo subsidiar políticas públicas, fomentar a gestão eficiente e promover maior rentabilidade ao produtor.

No Acre, a realização do projeto representa um marco para o fortalecimento do agro local. “Especificamente no estado, fizemos quatro painéis de bovinocultura de corte: em Xapuri, Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira”, explicou Rafael Filho, assessor técnico da CNA. “Com isso, buscamos estimar os custos reais dos produtores, encontrando caminhos que ajudem na redução dos gastos – sem comprometer a qualidade da produção –, e colaborando com o aumento da rentabilidade das propriedades.”

O encontro apresentou os principais fatores que comprometem a receita da venda do boi gordo no sistema de ciclo completo e dos bezerros no sistema de cria. Além disso, trouxe comparativos entre o Acre e outros estados brasileiros. Para Giovanni Penazzi, gestor e analista da equipe de custos de produção do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, esse tipo de diagnóstico é essencial para que os produtores entendam sua real situação econômica. “O produtor da região ainda apresenta uma baixa produtividade por área. O desafio é que ele comece a registrar seus próprios gastos, para identificar gargalos que muitas vezes podem ser evitados”, destacou.

A apresentação também contemplou uma análise mais aprofundada das estratégias de mercado. Larissa Mouro, assessora técnica da CNA, reforçou que o objetivo da etapa atual é transformar dados em ação: “Fizemos o levantamento dos custos e identificamos o sistema de produção de pecuária de corte que mais representa a região. Hoje, trazemos essas informações com análises de mercado, para incentivar o produtor a investir em gestão e estratégias comerciais que melhorem seus resultados.”

Felipe Fabbri, consultor de mercado da Scot Consultoria e palestrante convidado, abordou a importância de orientar as decisões dos pecuaristas com base em dados de mercado. “Trabalhamos com levantamentos em 32 praças pecuárias do Brasil, incluindo o Acre. Desde a coleta básica de preços até a orientação para tomada de decisões, nosso papel é ajudar o produtor a entender o mercado e se posicionar melhor”, explicou.

Para Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), a participação no Campo Futuro é uma oportunidade de alinhamento entre realidade e planejamento. “A CNA vem se dedicando a levantar os custos reais da pecuária nacional. A partir dos dados dos produtores, é possível fazer análises que retornam aos estados em forma de recomendações concretas. Isso serve de base sólida para uma gestão mais eficiente nas propriedades rurais do Acre”, afirmou.

O encontro encerra o ciclo de ações do Campo Futuro 2025 no estado, deixando um panorama claro sobre os desafios enfrentados e apontando caminhos possíveis para o avanço da pecuária acreana no cenário nacional.

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