China abre mercados para 5 produtos agropecuários do Brasil

O governo chinês deu autorização para a importação de cinco produtos agropecuários brasileiros. Se trata da abertura de mercado para miúdos de frangos (coração, fígado e moela), carne de pato, carne de peru, grãos derivados da indústria do etanol de milho (DDG e DDGs) e farelo de amendoim.

Os anúncios acontecem no último dia da visita de uma delegação do Brasil ao país asiático. Entre os membros estão o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, além de mais nove ministros, membros do Executivo e mais de 150 empresários do agronegócio brasileiro. 

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, destacou o potencial que os novos mercados têm para os produtores brasileiros. “A maior abertura em número de produtos. Foram cinco produtos abertos por nós, para o nosso agronegócio, que se somam aos pescados, que foram abertos no final de abril. Um impacto bastante grande, de aproximadamente US$ 20 bilhões. Esse é o tamanho do mercado que a gente abre agora, naturalmente, o Brasil começará a ocupar parte desse espaço”, disse em vídeo publicado em rede social.

Entidades comemoram acordos

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o acordo e avalia que esses anúncios abrem “oportunidade para a ampliação da pauta exportadora”. “É um resultado direto desta missão, que mostra, também, a confiança chinesa na capacidade brasileira de fornecer produtos de alta qualidade, com sanidade e em oferta adequada ao mercado”, destacou em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) também celebrou a inclusão de DDG e DDGs na negociação. Em uma publicação em rede social, a entidade diz que o acordo assinado entre Brasil e China é uma “nova era para o setor de etanol de milho e coprodutos”. Além disso, o presidente da Unem, Guilherme Nolasco, enfatizou a rapidez na aprovação. 

“Uma abertura de mercado em tempo recorde. Um protocolo sanitário e um acordo de comércio do DDGS, um produto da indústria de etanol de milho, para o mercado chinês. Esse é um exemplo de como, quando o setor se organiza junto com o governo, os resultados vêm de forma célere”, lembrou Nolasco.

A Associação dos Produtores, Beneficiadores, Exportadores e Industrializadores de Amendoim do Brasil (Abex-BR), disse em nota, que o país tem potencial para gerar 200 mil toneladas de farelo de amendoim e que, atualmente, o volume de exportação é muito baixo.

“Com o acesso ao mercado chinês, que é altamente demandante, abre-se uma perspectiva concreta de valorização desse coproduto e de aumento da competitividade do setor no Brasil”, afirmou Alessandra Mota, diretora-executiva da Abex-BR que assina o comunicado à imprensa.

Segundo dados da aduana chinesa, o país asiático importou, em 2024, US$ 155 milhões de miúdos de frango, US$ 50 milhões de carne de peru, US$ 1,4 milhão de carne de pato, mais de US$ 66 milhões em DDG e DDGS e US$ 18 milhões em farelo de amendoim.

Um Memorando de Entendimento também foi firmado entre o Mapa e a Administração-Geral de Alfândegas da China. O acordo foca em medidas sanitárias e fitossanitárias para fortalecer a comunicação e a colaboração entre os dois países nessa área. A iniciativa objetiva garantir a proteção da saúde humana, animal e vegetal e o aumento da segurança dos alimentos que são comercializados entre o Brasil e a China.

Protocolos em diversas áreas

Ao todo, o Brasil e a China firmaram 20 acordos em diferentes áreas, inclusive um memorando de entendimento para cooperação em inteligência artificial na agricultura, que deve ficar a cargo do MDA. Também foi firmado um ato de cooperação para pesquisas relacionadas à mecanização da agricultura familiar. Um dos focos é a colaboração no desenvolvimento de máquinas de pequeno e médio porte. 

Outro memorando é o de entendimento entre o Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil e a Administração Nacional de Energia da China sobre cooperação em etanol e mobilidade sustentável. Em nota, o MME disse que esse é um passo “visando à abertura do mercado chinês para o etanol brasileiro”. O acordo prevê ajuda mútua no desenvolvimento de pesquisas ligadas ao etanol de primeira e segunda geração, além da aplicação do etanol de baixo carbono nas alternativas sustentáveis para o setor de transportes.

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