Voltou a circular nas redes sociais nos últimos dias, um discurso proferido pela deputada federal e pré-candidata ao governo do Acre, Mara Rocha (MDB), em que a deputada critica de maneira incisiva o ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na época, o deputado federal Daniel Silveira era réu de uma ação penal em razão de supostos ataques ao STF e ameaças a ministros da corte – o ex-deputado federal Roberto Jefferson preso por “ofender a dignidade e o decoro de ministros do STF, senadores e integrantes de CPI da Covid-19”. Haviam outras dezenas de casos semelhantes.
“O STF está agindo como um Poder Tirânico e Supremo, apesar de não ter recebido qualquer voto para isso. É um tribunal que interfere em todos os assuntos. Temos visto um parlamentar eleito ser preso e proibido de dar entrevistas ou de interagir em redes sociais por capricho de um Ministro, que é Juiz e parte no processo. Vemos interferências do STF em decisões legislativas, como foi o caso de Rondônia, em que sua Assembleia Legislativa aprovou projeto contra linguagem neutra que foi derrubado pelo STF. Os Ministros passaram por cima dos representantes eleitos pelo povo de Rondônia, e ninguém protesta contra isso”, afirmou a parlamentar.
Mara enfatizou a inconstitucionalidade na fala do Ministro: “A verdade é que o Ministro Dias Toffoli cometeu um sincericídio, deixando às claras o que já percebíamos: O STF se arvorou da condição de tutor da Nação. Lá se define se algo é, ou não, uma Fake News; lá se prende quem incomoda qualquer Ministro; lá se obriga os adversários ao “silêncio obsequioso”, proibindo entrevistas ou postagens; lá se cassa mandatos parlamentares, jogando no lixo a escolha dos eleitores”.
“O STF precisa voltar ao seu importante papel, de guardião da Constituição, e se despir das roupas do tirano. Ele não é a autoridade suprema sobre todos e sobre o Brasil. A Democracia Representativa, prevista já no primeiro artigo da nossa Carta Magna, precisa ser respeitada e cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, sair desse processo de omissão e buscar meios de frear as tendências tirânicas do Tribunal, fazendo valer o desenho de poderes previsto na Constituição: Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si”, finalizou a deputada.