Esquerda acreana procura um nome para chamar de seu (e que tope perder)

A esquerda acreana, apesar das pesquisas e dos discursos animadores nos bastidores, encontra-se numa situação curiosa — para não dizer constrangedora. Tem alguns votos, tem palanque, tem militância. Só não tem candidato.

O personagem de sempre, Jorge Viana, decidiu mirar o Senado — onde o ambiente é mais civilizado, os embates são menos desgastantes. Resta saber quem terá o infortúnio — ou a temeridade — de encarar a disputa pelo governo do Acre em 2026, um posto que, neste momento, parece ter virado castigo dentro do próprio PT.

Durante os bons e velhos tempos — aqueles 20 anos de hegemonia petista no estado — era um empurra-empurra para compor chapas. Sobrou cadeira, faltou traseiro. Hoje, o quadro é outro: ninguém quer sentar no banco da frente. Brasília virou abrigo. Os ex-governadores, ex-deputados e ex-alguma-coisa do partido parecem ter desenvolvido uma estranha alergia ao Acre. Só visitam quando o café está passado e a agenda está vazia.

O problema é o de sempre: a esquerda acreana não se renovou. Quando não se planta, não se colhe. E agora, diante do dilema de ter que escolher entre dois nomes com DNA bolsonarista — Alan Rick e Mailza Assis —, o PT se vê forçado a lançar alguém. Quem? Essa é a pergunta que ronda os diretórios com o mesmo desespero de um apagão.

Fala-se em Cesário Braga, André Kamai… mas ninguém sabe, ninguém viu. Fosse um leilão, talvez o martelo sequer batesse. Faltam votos, falta presença, falta, sobretudo, vontade.

A essa altura, só falta mandarem imprimir uns outdoors com a frase:

“Procura-se um candidato a governador. Requisitos: ser de esquerda, ter nome limpo e estômago para apanhar.”

Boa sorte. Vai precisar.

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