O governo federal enfrenta um impasse significativo ao tentar definir quais áreas serão impactadas pelos cortes de gastos no orçamento e quais valores precisam ser economizados. Essa falta de consenso resultou em mais um adiamento no anúncio das medidas necessárias para ajustar o orçamento ao novo arcabouço fiscal. Recentemente, uma reunião foi realizada no Palácio do Planalto com a presença de diversos ministros, incluindo Fernando Haddad, da Fazenda, Simone Tebet, do Planejamento, Esther Dweck, da Gestão e Inovação, Camilo Santana, da Educação, e Nísia Trindade, da Saúde. As pastas de Educação e Saúde são vistas como possíveis alvos dos ajustes, mas o Ministério da Fazenda ainda não confirma os valores exatos.
Na esfera social, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, assegurou que não haverá cortes em benefícios como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele enfatizou que a pasta se concentrará em combater fraudes no recebimento desses benefícios, sem necessariamente reduzir os repasses. No entanto, a indefinição e a demora no anúncio dos cortes de gastos já estão impactando o mercado financeiro. Nesta sexta-feira (8), o dólar fechou em alta, atingindo R$ 5,73, enquanto o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações, caiu 1,43%, encerrando a sessão em 127.800 pontos.
A resistência a cortes em áreas fundamentais enfraquece a posição do ministro da Fazenda, que havia garantido que faltavam apenas “pequenos detalhes” para o anúncio dos cortes. A situação atual remete à discussão sobre a reforma tributária, onde a busca por isenções resultou em um IVA mais alto do que o esperado. Caso o pacote de cortes seja insuficiente, a situação econômica pode se deteriorar, afetando a popularidade do governo e do presidente Lula.