O destino ou o desejo de muitos jovens acreanos passa por um caminho claro e inequívoco: sair do Acre. E não podemos culpá-los por isso, são movidos pelos mesmos anseios que aqueles bravos homens e mulheres que vieram trabalhar nos seringais acreanos, o desejo humano de viver com prosperidade.

O Acre era visto como uma terra de oportunidades de enriquecimento, onde as pessoas vinham em busca de qualidade de vida. Hoje a situação se inverteu, os jovens inspirados pelo desejo de ter qualidade de vida, oportunidades de emprego e bons rendimentos saem do Acre. Todo mundo conhece um amigo, um parente, que partiu pra Curitiba, Floripa, São Paulo, etc.

De acordo com Dados do IBGE, no quarto trimestre de 2022 o Acre teve uma taxa de desemprego de 10%, superior à média nacional, não bastasse essa situação há uma dificuldade enorme de ter empregos com bons rendimentos, assim como facilidades para abrir negócios. A juventude olha para isso e sente uma desesperança, motivo pelo qual muitos vão embora, acertadamente.

Mas nem tudo é uma terra arrasada para o nosso estado. Existem maneiras para manter nossos talentos e explorar nossa potencialidade. Para isso é preciso incluir no nosso estado mecanismos capazes de gerar riqueza .

A priori devemos sair da economia do contracheque pra uma economia de mercado livre, se faz necessário tirar barreiras desnecessárias e burocracias pesadas das costas dos empreendedores, para gerar empregos e expandir o mercado. O emprego público não deve ser a única maneira de sair da pobreza.

Outrossim, deve-se ter em mente que para ter mercados produtivos é preciso investir nas capacidades humanas, notadamente por meio dos serviços de educação e saúde, aumentando o bem-estar dos indivíduos e a produtividade do trabalhador.

Por fim, nós temos problemas estruturais em infraestrutura no nosso estado, com foco na falta de saneamento, internet instável e lenta e as péssimas condições da principal.

A superação desses obstáculos são condições essenciais para o Acre sair da espiral de pobreza e das privações de liberdade que nossos conterrâneos enfrentam. É difícil, mas tem jeito.

Yzau Paiva, membro Diretor da União Juventude e Liberdade e estudante de direito na Universidade Federal do Acre