Nesta quinta-feira, 12, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, se pronunciou publicamente diante dos embargos aplicados pelo Ibama a propriedades na Reserva Extrativista Chico Mendes e da condução da Operação Suçuarana, que resultou no abate de gado e na destinação da carne ao estado do Pará.
Veronez classificou a situação como consequência de um modelo equivocado desde a origem. “A Reserva Chico Mendes foi criada sem critério, em cima de um mapa, sem considerar os direitos das pessoas que já ocupavam aquelas terras. Muitos eram proprietários. O Estado pagou o valor de uma cerveja por hectare e, mesmo assim, vários nunca foram indenizados”, denunciou.
Segundo o presidente da FAEAC, a realidade das famílias dentro da reserva foi ignorada por políticas ambientais que priorizam a floresta, mas desprezam os moradores. Ele defendeu que, por conta da decadência do extrativismo, muitos migraram para a pecuária como forma de sobrevivência econômica. “As normas atuais inviabilizam o progresso. A atividade extrativista é antieconômica. Manter esse modelo em que mais floresta significa mais pobreza é condenar essa gente à miséria”, afirmou.
Assuero também criticou a truculência com que a operação foi conduzida. “Estamos vendo a força bruta do Estado esmagar famílias vulneráveis. O rebanho está sendo abatido, o patrimônio dessas pessoas está sendo destruído. E agora, ainda dizem que a carne será enviada para o Pará. Isso é um absurdo. Os acreanos também precisam de carne”, protestou.