Nova Zelândia: Agricultores protestam contra imposto sobre gases naturais do gado

Agricultores de diversos municípios da Nova Zelândia fizeram um protesto nesta quinta-feira, 20, contra a proposta do governo de estabelecer um imposto sobre as emissões de gases originados pelo processo de digestão do rebanho de bovinos e ovino.

O anúncio do tributo foi feito na semana passada pelo governo de esquerda da primeira-ministra Jacinda Ardern. O governo de Jacinda alega que a medida poderia auxiliar nas ações de combate ao aquecimento global. A Nova Zelândia tem 6 milhões de bois e vacas e 26 milhões de ovelhas.

Muitos agricultores e pecuaristas levaram seus tratores para as cidades e em Wellington e Auckland houve lentidão no trânsito. Em Wellington, a imprensa local contabilizou milhares de manifestantes, que carregavam cartazes alertando que o imposto aumentará o preço dos alimentos.

Os animais produzem de forma natural metano e óxido nitroso. Alguns cientistas afirmam que o metano é responsável por quase 30% do aumento global das temperaturas.

Ardern disse que o imposto é necessário para que o país alcance os objetivos climáticos e que, inclusive, poderia beneficiar os agricultores caso possam cobrar mais por carnes que cumprem os parâmetros do meio ambiente.

Para a Federated Farmers, a Federação de Fazendeiros da Nova Zelândia, a medida é formulada com base em conjecturas sem comprovação científica de que os gases contribuem para o efeito estufa e vai “destruir pequenas cidades”.

Com a tributação, a federação estima que muitos venderiam suas propriedades e perderiam sua fonte de renda. “Assim, todos os cafés das pequenas cidades, revendas de carros, escolas, pubs, clubes de rúgbi, cabeleireiros e supermercados podem dizer adeus ao pequeno negócio da cidade apoiado pela agricultura ao seu redor”, prevê a associação.

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