Lula não pisa no Acre e, ao que tudo indica, nem sente falta. Já são 142 dias fora de Brasília em uma maratona de viagens pelo Brasil, sem contar os quase 100 dias rodando o mundo em pouco mais de dois anos de mandato. Ainda assim, o presidente segue firme: não colocou os pés no Acre. Nem por engano, nem em escala de conexão.
É o mapa eleitoral quem fala: nessas bandas, a direita bolsonarista domina. Lula não está ignorando o Acre por acidente. Está ignorando por estratégia. Quem não reza na cartilha do PT, não merece atenção do governo.
A esquerda, aliás, no Norte, já vive em estado de coma político. Em Porto Velho, nenhum vereador petista. Em Rio Branco, só um. No Congresso Nacional, nenhum representante da esquerda acreana ou rondoniense. É o vácuo.
Enquanto isso, São Paulo, o velho reduto do petismo de grife, já recebeu Lula 27 vezes. O Rio de Janeiro, 18 visitas. A Bahia, 10 aparições presidenciais. O Acre? Nenhuma. Zero. Nem sequer uma passada de helicóptero.
Agora ventila-se que Lula virá inaugurar o Complexo Industrial do Café em Mâncio Lima, fruto do esforço da ex-deputada Perpétua Almeida e do ex-companheiro Jonas Lima, da Coopercafé. Pode até vir. Mas, se vier, será para posar em foto com correligionários. A agenda é café, mas o cheiro é de campanha disfarçada.