Ato reuniu universitários, trabalhadores e movimentos sociais em manifestação pacífica; estudante da Ufac relata pressão e tentativa de intimidação durante o protesto

Estudantes universitários e representantes de movimentos sociais realizaram, na manhã desta segunda-feira (20), uma manifestação no Terminal Urbano de Rio Branco para cobrar melhorias nas condições do transporte coletivo da capital acreana. O ato denunciou o sucateamento dos ônibus, os atrasos nas linhas e a superlotação, e ocorreu de forma pacífica após uma decisão judicial impedir o bloqueio completo do local.

O protesto contou com a presença de trabalhadores, estudantes independentes e lideranças estudantis. O único político a comparecer ao ato foi o vereador André Kamai (PT), que tem criticado com frequência, na Câmara Municipal, o monopólio da Ricco Transportes, empresa responsável pela operação do sistema público de ônibus em Rio Branco.

Uma decisão judicial expedida na noite de domingo (19) determinou que os manifestantes se abstivessem de bloquear a entrada do terminal. Durante o ato, um oficial de Justiça acompanhou a movimentação para garantir o cumprimento da liminar, enquanto policiais militares reforçaram a segurança no entorno.

Os estudantes também criticaram a falta de transparência na gestão do transporte coletivo e defenderam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal para investigar o contrato com a empresa responsável pelo serviço. O movimento afirma já ter cinco assinaturas de vereadores e busca mais duas para viabilizar a criação da CPI.

O estudante de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), Danton Moura, que participou da mobilização, descreveu o clima do protesto:

“A gente conseguiu reunir estudantes, trabalhadores e representantes de vários movimentos, mesmo com tentativa de intimidação da Ricco e da prefeitura. Tinha oficial de Justiça acompanhando o tempo todo, gente tirando fotos para identificar manifestantes, mas a mobilização deu certo. Nosso principal objetivo agora é pressionar a Câmara para abrir uma CPI do transporte. Já temos cinco assinaturas e precisamos de mais duas. O movimento mostrou união e força e isso é o mais importante”, relatou o estudante.