Valterlucio Campelo: ‘Acre – Inovação e Competitividade’

Neste nono texto de uma série de dez, que publicamos para suscitar uma avaliação do governo do Acre nos últimos seis anos, nos termos das publicações anuais de competitividade, pelo Centro de Liderança Pública – CLP, trazemos desta vez alguns dados e inferências relacionadas ao pilar inovação que no cômputo geral do índice tem peso de 12,1 em 2018 e de 6,5 em 2024. Anteriormente, publicamos aqui no Diário do Acre, análises relativas à Segurança Pública, Sustentabilidade Social, Capital Humano Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado, Educação, Infraestrutura e Solidez Fiscal.

Do ponto de vista de um Estado da Federação, pode-se dizer que a inovação reside na capacidade de identificar e implementar soluções criativas e eficazes para os desafios e oportunidades específicos daquele território. Isso pode envolver a adoção de novas tecnologias adaptadas ao contexto local, o desenvolvimento de processos e modelos de negócios que valorizem os recursos e as características únicas do território, ou a criação de novas formas de organização social e econômica que promovam o bem-estar e o desenvolvimento sustentável da comunidade. A inovação busca, portanto, fortalecer a identidade e a competitividade do local, gerando valor e melhorando a qualidade de vida de seus habitantes.

Para o CLP, “a inovação envolve a introdução de novas técnicas e métodos que transformam positivamente os processos existentes no interior das empresas, organizações e da sociedade em geral. Envolve, portanto, uma melhora significativa, que, em geral, substitui práticas e processos anteriores, sendo peça-chave para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, pois ela promove ganhos de produtividade que permitem às pessoas e organizações produzirem mais, novos e melhores produtos e serviços a custos menores para um dado nível de insumos (fatores) produtivos”.

Assim definida, é oportuno saber como esse pilar se comportou entre 2018 e 2024 segundo relatórios do CLP. Vejamos a tabela abaixo, sabendo desde logo que observando apenas três indicadores, em 2018 o Acre estava em último lugar. Em 2024, a pesquisa já havia evoluído significativamente e integrou novos indicadores relativos ao tema, e substituiu produção acadêmica por pesquisa científica, chegando a sete indicadores. O Acre obteve o 22º lugar entre os estados brasileiros.

Com apenas dois indicadores para comparação direta, registre-se que nos dois o Acre teve evolução considerável, embora esteja ainda com valores muito baixos. Poderemos avaliar o confronto regional, na tabela abaixo.

Percebe-se que no período, em que pese uma certa defasagem dos dados, o relatório aponta uma variação bastante positiva da maioria dos Estados. Os destaques positivos são Amapá e o Amazonas que passou a figurar entre os primeiros do ranking. O destaque negativo fica por conta de Tocantins que passou a uma das últimas posições. O Acre, embora ainda esteja no pelotão inferior do ranking, pode comemorar um ganho de cinco posições. No global, os estados da região Norte têm um saldo de 14 posições ganhas. Em último lugar, o último lugar vai para Goiás. Em 2018, o primeiro lugar era de São Paulo, em 2024, do Rio Grande do Sul.

Como se vê na tabela 1, o Acre está muito distante dos outros estados, especialmente no que concerne ao número de patentes, o que soa natural, mas, também, em outros indicadores que poderiam ser melhorados como o número de bolsas de mestrado e doutorado (o Amazonas é o campeão). De estrutura (Rondônia é o campeão) e informação e comunicação cuja performance é sofrível. Note-se, contudo, que este indicador tem baixíssima governança estadual.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no  DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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