O segundo ponto de nossos apontamentos iniciados neste dia 20/04 sobre o ranking de competitividade dos estados brasileiros, publicado pelo Centro de Liderança Política – CLP para 2004, trata do pilar Sustentabilidade Social, que em 2018 teve peso 12,3/100 e, em 2024, de 11,5/100 (o terceiro mais importante). Este pilar, segundo o CLP, “foi incorporado como ferramenta para mensurar o grau de eficiência da atuação governamental para minimizar a vulnerabilidade do indivíduo em diferentes estágios da vida”.
Percebe-se que o ranking pretende situar cada unidade da federação, segundo indicadores que possam ampliar o escopo comumente difundido em avaliações de eficiência, que se restringem aos aspectos quantitativos da renda. Note-se que entre 2028 e 2024 houve uma alteração significativa nos indicadores, no sentido de incorporar elementos de análise como a inserção racial. De qualquer forma, levando-se em conta o resultado para o pilar, não há prejuízo da análise. Em vista disso, o comportamento no período é conforme abaixo:

Fácil notar que os indicadores Mortalidade Materna, Mortalidade Precoce e Desigualdade de Renda tiveram expressiva melhora no período, enquanto os indicadores de Moradia e, especialmente de Famílias Abaixo da Linha de Pobreza são desastrosos. Ao cabo, o índice geral referente à sustentabilidade social oscilou de 18,9% para 20,2%, mantendo a 23 posição. Note-se ainda que entre os indicadores incorporados em 2024, o Acre se posiciona em 1º lugar no que tange ao Trabalho Escravo e muito mal em termos de Cobertura Vacinal.
A comparação regional, sempre adequada em função de suas características, nos leva ao quadro abaixo, onde se vê as alterações dos estados no ranking ao longo dos últimos 6 (seis) anos. O destaque negativo é para Roraima e Rondônia que perderam 8 e 7 posições respectivamente. Note-se ainda que em 2024, o indicador apresenta dois resultados péssimos (Amapá e Roraima).

Pode-se dizer que o Estado do Acre tem na questão da pobreza, de moradia e do saneamento básico, o que se denominaria de rosto de sua precariedade e emblema das dificuldades enfrentadas pelo governo dos últimos anos. A sustentabilidade social vista por este prisma proposto pelo Centro de Liderança Pública – CLP, de fato parece acusar os temas que são há tempos tratados politicamente, sem que uma solução efetiva tenha sido apresentada.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.