China pode hesitar em comprar soja dos EUA mesmo com acordo, diz CEO da CNH

Os Estados Unidos seguem sem vender soja para a China. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta quinta-feira, 25, exportadores norte-americanos relataram vendas de 724,5 mil toneladas de soja da safra 2025/26, na semana encerrada em 18 de setembro.

Os principais compradores no período foram Egito (166,2 mil t), Taiwan (115,3 mil t), México (85,9 mil t) e Indonésia (79,4 mil t). De acordo com o USDA, o volume total ficou dentro das estimativas, que variavam entre 500 mil e 1,6 milhão de toneladas.

China fora das compras

Sem um entendimento comercial entre os Estados Unidos e a China, o país asiático tem ampliado as importações do grão brasileiro e, na última semana, aproveitando a retirada das retenciones (impostos de exportação), foi às compras na Argentina.

Mas o apetite da China pela soja dos Estados Unidos pode não retornar imediatamente, mesmo após um possível acordo comercial entre os dois países. Foi o que disse o CEO da CNH Industrial, Gerrit Marx. “A China muito provavelmente concordará em comprar soja americana, mas não se comprometerá com isso”, afirmou em entrevista.

Segundo ele, diferentemente do que ocorreu em 2020, quando o acordo da Fase Um foi fechado entre as duas nações, a China não está recompondo seus plantéis de suínos após a epidemia de peste suína africana – o que significa que não precisará comprar tanta soja para a ração desses animais.

Marx disse também que agricultores nos EUA devem continuar enfrentando dificuldades econômicas em 2026. Para o executivo, os baixos preços dos grãos contribuem para limitar os investimentos dos produtores em equipamentos, por exemplo. Embora os preços do milho tenham subido no último mês, ainda não atingiram níveis que garantam lucro para a maioria dos agricultores. “Ainda não vejo nenhum catalisador para a recuperação dos preços das commodities”, disse, acrescentando que os agricultores podem ter de enfrentar “mais alguns trimestres” de dificuldades econômicas.

Como noticiado no Agro Estadão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos está trabalhando com o Congresso para avaliar se alguma ajuda econômica será necessária para os agricultores do país.

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