O general do Exército boliviano Juan José Zúñiga é o nome por trás das mobilizações de tropas e tanques que tomaram a frente da sede da presidencial em La Paz, na Praça Murillo.
A ação foi denunciada pelo presidente Luis Arce, que classificou as movimentações militares como “irregulares”, e o ex-presidente Evo Morales afirmou existir um suposto golpe de estado em curso.
Membro do alto escalão do Exército boliviano, Zúñiga atuava como Comandante Geral desde 2022 até sua demissão nesta semana, segundo o jornal boliviano El Deber.
Nesta segunda-feira, Zúñiga, durante uma entrevista na televisão, disse que Morales não poderia mais ser o presidente do país . O militar declarou que não permitira “que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo”.
Evo Morales criticou as declarações feitas pelo militar em uma publicação no X, antigo Twitter. “O tipo de ameaças feitas pelo Comandante Geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em democracia. Se não forem desmentidos pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe”, escreveu Morales nesta terça-feira.
“Sou um militar de honra que está disposto a sacrificar sua vida pela defesa e pela unidade da Pátria. Nossa pátria, mais uma vez, está sob a ameaça de inimigos internos e externos que buscam a divisão, a desestabilização e o ódio entre os bolivianos, para se apoderarem dos recursos naturais em benefício de interesses mesquinhos e de grupos de poder que respondem ao caudilhismo.”, disse o militar ao jornal El Deber ao responder as críticas de Evo Morales.